18 agosto 2009

Silêncio...silêncio

Paula Taitelbaum é uma poetisa gaúcha que lançou seu segundo livro de nome " Sem Vergonha". Existe um poema com apenas dois versos que diz assim:
"Pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala".
Simples.
Rápido.
E quanta força.
Imediatamente me veio a cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma risada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.
As pregas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.
Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: "diz alguma coisa, diz que não me ama mais, mas não fica aí parado me olhando". É o silêncio de um mandando notícias ruins para o desespero do outro.
Mas em muitas situações o silêncio é bem-vindo. Para o cara que trabalha com uma maquina barulhenta, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma escola infantil, o silêncio é um presente. Para os seguranças que trabalham em shows o silêncio é um alivio.
Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate a nossa porta, não há recados nos e-mails, nem torpedinhos no celular e mesmo assim você entende a mensagem.
"Se meu silêncio não lhe diz nada, então minhas palavras são inúteis."

5 comentários:

  1. Anônimo18/8/09

    No espaço vazio,
    Desprovido da razão,
    Termina o silêncio…
    Abandonados os corpos,
    Cedidos às manifestações,
    À expressão dos afetos…
    Desprendida a arma do rosto,
    Confessam-se, Declarando o amor…

    Helder Ribau

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  2. Paulo Roberto18/8/09

    O Silêncio do Amor

    E ainda havia o desejo
    Fremindo no peito em sobressalto
    Intenso a revirar o olhar indigente
    Vasculhando um canto qualquer
    Onde suspiros deviam esconder-se
    Promessas sequer foram feitas
    Apenas juradas nos lábios do silêncio
    Pelas carícias que se entreolhavam
    Táteis e reais como os raios de sol
    Que lhe beijavam a pele nua
    Nenhum limite dizia-lhe da distância
    Ou qualquer "se" em vigília
    A desalinhar o encontrar de mãos
    Ouvia-se o dilatar dos poros
    A ansiar o tremor dos corpos...
    E ainda havia o amor
    A abraçar a saudade calada
    Banindo a dor gris
    Que habitava o sótão da alma
    Já não existia o nunca mais
    O aceno de lágrimas dos dedos
    Nem o cansaço da espera
    Dependurado nos varais do olhar
    E os sonhos que se julgavam perdidos
    Levados pela ave do tempo
    Cruzaram os céus da incredulidade
    Acordando auroras, luares e estrelas
    Derramando-se em conchas de prazer
    Bebidas pela sede daqueles
    Que se eternizaram amantes...

    Nandinha Guimarães

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  3. Anônimo18/8/09

    Quando “fazemos amor” fora de hora marcada,
    Quebrando hora convencionada por tradições,
    Por certo faremos um amor lindo, muito belo,
    Pois tudo nasce na hora do desejo inesperado
    Que impele ao abraçar, ao beijar sem limites,
    E leva nossos corpos a não saberem quem é quem,
    Nossas mentes nem se importarem com identidades,
    Pois a convulsão dos sentidos tudo e nada cria a paixão
    Que os impulsos já avisavam que iria acontecer!
    Quando a vida é pautada por datas e horas,
    E tudo só acontece iluminado por luzes da noite...,
    Tudo se torna comum, sem murmúrios e cuidados,
    Os atos acontecem no normal dos normais tocares,
    As portas se trancam, janelas se fecham, alertas morrem,
    Emoções não se preocupam, o amor se faz em liberdade,
    Tudo tudo vai se tornando “feijão com arroz”, é só fazer amor,
    Sensações novas não existem, há só o “deixar acontecer”
    Como o trabalho que nos ocupa o dia, e o cansaço é a ordem!
    Mas..., e se esquecermos o trabalho e desordenarmos o cansaço?,
    Se olvidarmos que a noite está longe ainda, o dia bem claro,
    E enchermos uma taça com desejo, brindando o amor?
    Aquela hora incerta verá roupas e sapatos não atrapalharem
    Porque o que importará serão apenas “vãos” abertos para carícias,
    Apenas janelas para divisarmos onde o amor se fará!;
    Só basta saber que eu te amo, que me amas, nos queremos,
    E aí, por certo, o coração explodirá apenas para pedir
    Que o momento maior jamais nos traga de volta ao comum!
    ..., infelizmente temos que voltar ao dia a dia
    Só que sem o trabalho além do abotoar alguns botões,
    E “amar” as roupas que nos levaram à excitação maior
    De peças não desvestidas que nos disseram de pecado,
    Daquele glorioso pecado de um amor escondido,
    Do amor amante não parcelado com o mundo,
    Aquele amor imenso que exige não respeito com data e hora,
    O amor que só pede resguardo depois que o respirar ofega,
    E nos leva ao adormecer silente no silenciar do amor!!!
    ... Isso é amar!!!

    Leyla Gomes.

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  4. Edileuza18/8/09

    Veja que linda que é este texto que encontrei aqui. Poesia, o silêncio que fala...

    Silêncio uma pausa...
    Para ouvir a voz do coração
    Silêncio o bom aconselhador.
    Silêncio para ouvir a alma
    Que canta a beleza interior
    Silêncio o amigo do amor
    Silêncio de quem precisa se recompor
    Silêncio que traz o recado esperado
    Do silêncio do amor...
    Silêncio o real confessor.
    Silêncio que produz pérolas em poesias
    Nos versos de quem vive em silencio, a dor.
    Silêncio que sopra bem alto poemas,
    Na alma de um poeta sonhador...

    Vera Lúcia de Oliveira

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  5. Oiee...18/8/09

    Oiee...

    Mais que mil palavras ditas de lábios ofegantes por beijos desesperadamente desejados...que sejam palavras escritas por versos apaixonados soltos ao vento e quem sabe um dia...

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