
"Pior do que uma voz que cala, é um silêncio que fala".
Simples.
Rápido.
E quanta força.
Imediatamente me veio a cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.
Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma risada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.
As pregas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.
Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: "diz alguma coisa, diz que não me ama mais, mas não fica aí parado me olhando". É o silêncio de um mandando notícias ruins para o desespero do outro.
Mas em muitas situações o silêncio é bem-vindo. Para o cara que trabalha com uma maquina barulhenta, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma escola infantil, o silêncio é um presente. Para os seguranças que trabalham em shows o silêncio é um alivio.
Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.
O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate a nossa porta, não há recados nos e-mails, nem torpedinhos no celular e mesmo assim você entende a mensagem.
"Se meu silêncio não lhe diz nada, então minhas palavras são inúteis."
No espaço vazio,
ResponderExcluirDesprovido da razão,
Termina o silêncio…
Abandonados os corpos,
Cedidos às manifestações,
À expressão dos afetos…
Desprendida a arma do rosto,
Confessam-se, Declarando o amor…
Helder Ribau
O Silêncio do Amor
ResponderExcluirE ainda havia o desejo
Fremindo no peito em sobressalto
Intenso a revirar o olhar indigente
Vasculhando um canto qualquer
Onde suspiros deviam esconder-se
Promessas sequer foram feitas
Apenas juradas nos lábios do silêncio
Pelas carícias que se entreolhavam
Táteis e reais como os raios de sol
Que lhe beijavam a pele nua
Nenhum limite dizia-lhe da distância
Ou qualquer "se" em vigília
A desalinhar o encontrar de mãos
Ouvia-se o dilatar dos poros
A ansiar o tremor dos corpos...
E ainda havia o amor
A abraçar a saudade calada
Banindo a dor gris
Que habitava o sótão da alma
Já não existia o nunca mais
O aceno de lágrimas dos dedos
Nem o cansaço da espera
Dependurado nos varais do olhar
E os sonhos que se julgavam perdidos
Levados pela ave do tempo
Cruzaram os céus da incredulidade
Acordando auroras, luares e estrelas
Derramando-se em conchas de prazer
Bebidas pela sede daqueles
Que se eternizaram amantes...
Nandinha Guimarães
Quando “fazemos amor” fora de hora marcada,
ResponderExcluirQuebrando hora convencionada por tradições,
Por certo faremos um amor lindo, muito belo,
Pois tudo nasce na hora do desejo inesperado
Que impele ao abraçar, ao beijar sem limites,
E leva nossos corpos a não saberem quem é quem,
Nossas mentes nem se importarem com identidades,
Pois a convulsão dos sentidos tudo e nada cria a paixão
Que os impulsos já avisavam que iria acontecer!
Quando a vida é pautada por datas e horas,
E tudo só acontece iluminado por luzes da noite...,
Tudo se torna comum, sem murmúrios e cuidados,
Os atos acontecem no normal dos normais tocares,
As portas se trancam, janelas se fecham, alertas morrem,
Emoções não se preocupam, o amor se faz em liberdade,
Tudo tudo vai se tornando “feijão com arroz”, é só fazer amor,
Sensações novas não existem, há só o “deixar acontecer”
Como o trabalho que nos ocupa o dia, e o cansaço é a ordem!
Mas..., e se esquecermos o trabalho e desordenarmos o cansaço?,
Se olvidarmos que a noite está longe ainda, o dia bem claro,
E enchermos uma taça com desejo, brindando o amor?
Aquela hora incerta verá roupas e sapatos não atrapalharem
Porque o que importará serão apenas “vãos” abertos para carícias,
Apenas janelas para divisarmos onde o amor se fará!;
Só basta saber que eu te amo, que me amas, nos queremos,
E aí, por certo, o coração explodirá apenas para pedir
Que o momento maior jamais nos traga de volta ao comum!
..., infelizmente temos que voltar ao dia a dia
Só que sem o trabalho além do abotoar alguns botões,
E “amar” as roupas que nos levaram à excitação maior
De peças não desvestidas que nos disseram de pecado,
Daquele glorioso pecado de um amor escondido,
Do amor amante não parcelado com o mundo,
Aquele amor imenso que exige não respeito com data e hora,
O amor que só pede resguardo depois que o respirar ofega,
E nos leva ao adormecer silente no silenciar do amor!!!
... Isso é amar!!!
Leyla Gomes.
Veja que linda que é este texto que encontrei aqui. Poesia, o silêncio que fala...
ResponderExcluirSilêncio uma pausa...
Para ouvir a voz do coração
Silêncio o bom aconselhador.
Silêncio para ouvir a alma
Que canta a beleza interior
Silêncio o amigo do amor
Silêncio de quem precisa se recompor
Silêncio que traz o recado esperado
Do silêncio do amor...
Silêncio o real confessor.
Silêncio que produz pérolas em poesias
Nos versos de quem vive em silencio, a dor.
Silêncio que sopra bem alto poemas,
Na alma de um poeta sonhador...
Vera Lúcia de Oliveira
Oiee...
ResponderExcluirMais que mil palavras ditas de lábios ofegantes por beijos desesperadamente desejados...que sejam palavras escritas por versos apaixonados soltos ao vento e quem sabe um dia...