30 março 2011

Eu te amo...mas...

“Eu te amo, mas quero viver sozinho

eu não te amo, mas preciso dormir com alguém
eu te amo, mas sonho em ter outros homens
eu não te amo, mas quero ter um filho
eu te amo, mas não posso prometer nada
eu não te amo, mas prefiro jantar acompanhada
eu te amo, mas preciso fazer uma viagem
eu não te amo, mas me cobram uma companhia
eu te amo, mas não sei amar
eu não te amo, mas queria.”

Martha Medeiros

29 março 2011

Amo...


Amo as pedras, os astros e o luar que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar dos animais, divinamente puro.
Amo as hera que entende a voz do muro e dos sapos, o brando tilintar de cristais que se afagam devagar, e da minha charneca o rosto duro,
Amo todos os sonhos que se calam, de corações que sentem e não falam, tudo o que é Infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz do nosso grande e mísero Destino!...
No desequilíbrio dos mares, as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram é que  certamente tu vinhas.
Eu te esperarei todos os séculos sem desespero e sem desgosto, e morre de infinitas mortes guardando sempre o mesmo rosto.
Quando as ondas te carregaram meus olhos, entre águas e areias, cegaram como os das estátuas, a tudo quanto existe alheias.
Minhas mãos pararam sobre o ar e endureceram junto ao vento, e perderam a cor que tinham e a lembrança do movimento.
E o sorriso que eu levava desprendeu-se caiu em mim: e só, talvez, ele ainda viva, dentro destas águas sem fim!




Florbela Espanca

28 março 2011

Permita-me

Aproxime-se mais.
Tente sentir do que um abraço é capaz.
Quando bem apertado, ele ampara tristezas, sustenta lágrimas, combate incertezas, põe a nostalgia de lado.
É até capaz de amenizar o medo.
Se for cheio de ternura, ele guarda segredos e jura cumplicidade.
Um abraço amigo de verdade divide alegrias e se apraz em comemorações.
Abraços são pequenas orações de fé, de força e energia.
 Olhe para o lado: há sempre alguém que quer ser abraçado e não tem coragem de dizer. Enlace-o.
O pior que pode acontecer é ganhar de volta um sorriso de carinho ou, quem sabe, uma palavra sincera.
Você vai descobrir que ninguém está sozinho e que a vida pode ser um eterno céu de Primavera.


Flora Figueiredo

25 março 2011

Anjos

Há momentos em que a solidão aperta
E a tristeza quer se instalar
Então clamamos o socorro do Deus vivo
Ele nos manda anjos pra nos animar
Não têm asas e não podem voar
Mas em seu coração trazem o dom de amar
Preciso da sua amizade
Da sinceridade do teu carinho
Você pode não parecer com meu jeito de ser
Mas você é muito especial
É tão bom ter alguém pra te ouvir
É tão bom ter alguém que se interesse
Saiba te entender
É tão bom se sentir a vontade pra dizer a verdade
Ser aceito como eu sou
Não têm asas e não podem voar 
Mas em seu coração trazem o dom de amar
Preciso da sua amizade
Da sinceridade do teu carinho
Você pode não parecer com meu jeito de ser
Mas você é muito especial

Henrique Cerqueira

24 março 2011

Guiado pelo Coração

Já usei a razão, nas entrelinhas do engano,
já usei a lógica e entrei pelo cano,
já usei técnicas infalíveis que com o tempo desanimei,
já corri contra o tempo e sem chegar ao final me cansei,
já escrevi poesias com regras, mas não foram bem aceitas pelos leitores,
já achei que amei, mas eram sentimentos de ilusão, onde somente eu achei.
Já vivi outras vidas, onde abandonei a minha ao léu,
já dormi de olhos abertos com preocupação e pedindo aos céus,
já estraguei minha vida um vez,
agora tenho a certeza que não usarei a razão,
agora mudarei meu foco,  serão mudanças em loco,
e um novo sonho implantarei, darei chance a mim mesmo,
serei mais ousado e atrevido,
deixarei a felicidade me levar,
e seguirei outro caminho,
irei buscá-la a qualquer custo,
não viverei mais no susto,
Não acredito mais na razão, pois por ela fui enganado,
escutarei mais meu coração,
e me deixarei por ele ser guiado.

Adilson Costa

23 março 2011

Desconhecido..completamente.

Sou um autor desconhecido, sim, quando nas manhãs onde todos dormem, estou aqui, colocando meus pensamentos em palavras, expondo minhas dores e minhas vivências muitas vezes como ferida, ainda aberta.
Sou um autor desconhecido, quando acordo no meio da noite com uma idéia e corro pra anotar, para que amanhã isso não fique esquecido.
Sou ainda um autor desconhecido quando passeio por blogs e sites e reconheço minhas palavras, meus sentimentos e posso dizer o que senti no exato momento em que aquele meu filho foi gerado e veio ao mundo, mas não me vejo.
Sou um autor desconhecido quando choro sozinho, quando preciso brigar pra dizer que é meu o que não teria nascido se não fosse eu, porque as palavras não nascem do nada e cada texto, cada poema é coisa única.
Sou autor desconhecido quando acham que o que escrevi é tão bonito que um simples mortal não teria escrito e então atribuem a autoria a alguém que todos já conhecem.
Sou autor desconhecido quando meus filhos se perdem de mim, quando são "adotados" por pessoas que gostariam de tê-los gerado.
Sou ainda, autor desconhecido quando, cansado, baixo os braços e me pergunto se vale a pena lutar se de qualquer maneira amanhã tudo recomeça.
Mas... desconhecido ou reconhecido, não desisto. Meus pedaços de mim espalhados por aí são e sempre serão pedaços de mim, que eu reconheço, que quem me conhece, reconhece, que eu abrigo e que ninguém pode tirar de mim.”

Não conheço quem desconhecidamente escreveu o que todos gostariam....

22 março 2011

Amor Bastante...

Quando eu vi você tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse mil faces num só instante
basta um instante e você tem amor bastante
 um bom poema leva anos
cinco jogando bola, mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra, nove namorando a vizinha,
sete levando porrada, quatro andando sozinho,
três mudando de cidade, dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você, caminhando junto

Paulo Leminski

21 março 2011

A Resposta...

Imagine que há um anjo de Deus a seu lado nesse momento... Silencie, fique tranquilo... e pense em todos os problemas que gostaria de solucionar... em tudo o que te angustia...
te faz chorar...
te oprime... te preocupa... te deixa triste...
Até mesmo seu medo do futuro, de errar, o medo de escolher o caminho errado...
Pense agora em tudo isso...
Vamos lá, ABRA SEU CORAÇÃO e se imagine entregando tudo isso a Deus...
Coloque as suas mãos em posição de entrega...
Imagine-se entregando agora como alguém que entrega um saco bem pesado para outra pessoa levar... bem devagarzinho entregue.
Deixe o levar...
Agora, imagine tudo de bom, que você quer que aconteça, ou que já tenha acontecido; momentos de felicidade, de amizade, de carinho, de paz, de amor...
Coloque tudo em suas mãos mentalize... faça o gesto de guardar no seu coração, abraçando calorosamente toda essa energia boa, todos esses ganhos, todas essas conquistas...
Como se guarda uma jóia numa caixinha...
Coloque aquele tesouro guardado lá dentro, diga um obrigado, com muita fé, de coração.
Agradeça, por tudo isso de bom que ficou,  e pelo ruim que saiu...
Conte até três e respire bem fundo... mais fundo ainda... RELAXE... assim... bem gostoso...
Agora, imagine, veja que o Anjo voou e levou tuas orações para Deus...
Como maior agradecimento, envie esta bênção a quem você puder, não custa nada.
Mesmo àquelas pessoas que você acha que estão maravilhosamente bem.
E, que DEUS LHE ABENÇOE...
hoje e sempre, a paz, a bondade, o carinho, o Amor Seja Consigo...

17 março 2011

40 anos

A vida é para mim, está se vendo,
Uma felicidade sem repouso;
Eu nem sei mais se gozo, pois que o gozo só pode ser medido em se sofrendo.
Bem sei que tudo é engano, mas sabendo disso, persisto em me enganar…
Eu ouso dizer que a vida foi o bem precioso que eu adorei.
Foi meu pecado…
Horrendo seria, agora que a velhice avança,
Que me sinto completo e além da sorte,
Me agarrar a esta vida fementida.
Vou fazer do meu fim minha esperança,
Ôh sono, vem!…
Que eu quero amar a morte...
 com o mesmo engano com que amei a vida.


Mário de Andrade

16 março 2011

Apesar de…

Apesar de…
…Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de…
Apesar de, se deve comer.
Apesar de, se deve amar.
Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente.
Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida.
Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi.
E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero.
Mas quero inteira, com a alma também.
Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.




Clarice Lispector

15 março 2011

Fora de mim

Estou deitado na noite, a escuridão me envolvendo como um frio cobertor, respirando devagar, lenta e profundamente.
Relaxe.
Solte-se.
Esse mistério não é seu.
Você não tem que solucionar coisa nenhuma.
O que é, é.
Seu trabalho: ficar calado.
Sua missão: ficar imóvel.
O ar entra, profundamente, espere, solte-o, devagar.
Espera longa, demorada.
Ar frio entra; espere; ar quente sai.
Minha única responsabilidade é ser.
O ar escuro escuro rodopiou em volta e através de meu corpo, eu me tornei a noite.
Senti uma sensação curiosa de levitação, de tornar-me infinitamente pesado e mergulhar na terra.
Enquanto olhava, mal notando o que se passava, o cenário começou a deslizar, como uma vista noturna desliza quando nosso trem começa a se mover.
O mais leve dos sons de aceleração, inaudível na escuridão.
Não se preocupe, Richard, pensei, isso não faz a mínima diferença.
Permita. Aceite.
Tão tranquilizante era o pensamento que não importava que as paredes de meu espaço estivessem mudando.
Tudo estava bem.
Respirei, calmo, lento, despreocupado e, à minha frente, surgiu um brilho suave.
Quando as paredes se imobilizaram sem ruído, era dia claro.

Richard Bach - do livro: Fora de mim

14 março 2011

Silêncio...uma pausa....

Vou para minha casa interior, no aconchego do meu peito.
Aqui dentro, no meu Templo, centrada em mim, de acordo com a minha Verdade e com o querer do meu coração.
Neste momento, eu declaro a paz em meu coração e o silêncio em minha mente.
Paz interior, Paz na mente....
Vou para o mar, sento na praia, lugar calmo... Lindo.....
Sinto-me perto da verdade, da beleza,
Da paz.... De min mesma.... Solta.... Livre!!!
Posso sentir-te... Misterioso.....
Escondido atrás das ondas do mar, no reflexo do sol.....
Ali, largada, dormente, sinto o frescor da brisa me acariciando, o Sol, me aquecendo....
Ouço, o barulho de tudo, mas q/ não “barulha”, é o SILÊNCIO, enfim, onde tudo se encaixa.
E meu Ser, no fundo, pergunta as perguntas sem respostas, as questões de entendimento, na procura de curar meu tormento e encontrar Algo que sei q/ existe, mas que está escondido....

Mareli, que acompanha nosso blog foi quem deixou esta mensagem

11 março 2011

Elogios ao Amor

Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como dizer.
Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível.
A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber.
Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que ninguém se apaixona de verdade. Ninguém quer viver um amor impossível. Ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito.
Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido.
Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.


Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”.
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.
Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
O amor tornou-se uma questão prática.
O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.


Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, amor estúpido, amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, covardes e comodistas como os de hoje.
Ninguém se apaixona?
Ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá um jeitinho sentimental”.
Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, abraços, flores.
O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes.
Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino.
O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.
O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre.
Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.
O coração guarda o que nos escapa das mãos.
E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber.
É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder.
Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira.
E valê-la também.”

Miguel Esteves Cardoso

10 março 2011

Viver por procuração


Viver através dos outros é uma maneira  tanto de alcançar o inalcançável quanto de fugir  à eventuais consequências desse mesmo tipo de viver.
Sonhamos não o sonho dos outros, pois nada mais individual e pessoal que sonhos, mas através do que outros possuem ou aparentam ter.
Vemos a vida como quem assiste uma novela, nos ligamos, nos emocionamos, até sofremos e nos alegramos, mas podemos a qualquer momento desligar a televisão e fazer alguma outra coisa.
Nos envolvemos sem estarmos verdadeiramente dentro, estamos sob a chuva cobertos por um guarda-chuva.
Assim também vemos o aperfeiçoamento pessoal.
Tão brilhante e aquecedor quanto a luz do sol, a grandeza de certas almas chega até a nós, porém vemos isso como se fôssemos simples expectadores da vida.
É bonito ser bom, é nobre ser humilde e ter em si o dom do perdão,  ou pelo menos a vontade maior de se chegar até lá, mas nos sentimos incapazes de atingir tal grandeza, como se o "ser bom" e o " procurar construir um mundo melhor" fosse dado apenas a certos privilegiados dos quais nos excluímos.
Toda caminhada é um trabalho sobre si mesmo. Se a mente não ordena as pernas não andam.
Pensar que a vida foi construída apenas para alguns privilegiados e que podemos ficar de fora é negar a nós mesmos a possibilidade de chegar a um cimo.
O que é difícil para uns o é para outros, talvez em escalas diferentes, mas difícil ainda assim.
Por que o ser humano recusa-se terminantemente  a uma mudança radical,  quando essa mudança é para seu próprio bem?
Talvez por se sentir incapaz, não merecedor ou simplesmente porque a acomodação exige menos esforço.
Pedras preciosas são, a princípio, grosseiras pedras que podem ser confundidas com quaisquer outras.
O polimento requer quebra, corte, mudança e tempo.
Entregarmo-nos a esse polimento é recolhermo-nos, abandonarmos as idéias pré-concebidas e abrirmo-nos a algo novo, desconhecido e temível ao mesmo tempo.
Preferimos sim sonhar através dos outros.
Vivemos sem vivermos e alcançamos nosso alvo  sem chegarmos a lugar nenhum.
Só que o mundo foi feito para todos nós.
Ele foi cuidadosamente e minuciosamente sonhado e realizado e nós somos as privilegiadas flores que o Senhor plantou.
Importa pouco se essa flor nasceu antes ou depois, se é mais viva, maior ou mais resistente, Deus dá a cada um de nós meios de sobrevivência e a oportunidade de crescimento.
Ele nos dá não sonhos longíquos e impossíveis, mas ferramentas e verdadeiras possibilidades.
O que vamos fazer de tudo isso depende inteiramente de nós.

Letícia Thompson

09 março 2011

The Winner Takes It All

Eu não quero conversar sobre as coisas que passamos
Apesar de estar me machucando
Agora já é passado
Joguei todas as minhas cartas e você também o fez
Não há mais nada à ser dito. Nenhum "As" na manga
O Vencedor leva tudo. O Perdedor fica pequeno ao lado da vitória
Esse é o seu destino
Eu estava em seus braços pensando que ali fosse o meu lugar
Achei que fazia sentido construindo em volta uma cerca
Construindo pra mim um lar
Pensando que eu seria forte alí
Mas eu fui um tolo, jogando conforme as regras
Os deuses podem jogar um dado
Suas mentes são frias como o gelo
E alguém aqui em baixo perde alguém querido
O Vencedor leva tudo. O Perdedor tem que cair
É simples e direto.
Porque eu deveria reclamar?
Mas me diga se ele te beija como eu costumava te beijar?
Você sente o mesmo quando ele chama o seu nome?
Dentro de você, lá no fundo, você deve saber que eu sinto sua falta
Mas o que eu posso dizer...Regras devem ser obedecidas
Os juízes irão decidir
Se eu devo persistir
Os espectadores do show sempre ficam na sua
O jogo começa novamente
Um amante ou um amigo
Uma coisa grande ou pequena
O Vencedor leva tudo
Eu não quero conversar
Se isso te deixa triste
E eu entendo
Voce veio apenas me cumprimentar
Eu peço desculpas
Se isso te faz mal
Me ver assim tão tensa
Sem auto-confiança
Mas você sabe que...
O Vencedor leva tudo...O Vencedor leva tudo...

The Winner Takes It All é o titulo da canção gravada pelo grupo sueco ABBA. Acima temos uma tradução, digamos, quase que literal da canção.

08 março 2011

Soneto 35

Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;
Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;
Os sentidos traíram-te, e meu senso De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te excuso, e me convenço
Na batalha do ódio com o amor: Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.

William Shakespeare

07 março 2011

I See You

Eu estou parado em frente a você
Estou sonhando com as coisas que eu faria
Eu não falo, você não me conhece
Por medo do que você pode fazer
Eu não digo nada, mas olhando para você
E eu estou sonhando
Eu estou tropeçando em você
Verdade seja dita, o meu problema é velho
Você significa o mundo para mim, mas você nunca saberá
Você pode ser cruel para mim
Por que ir arriscando a maneira que eu vejo você
Que eu vejo você, que eu vejo você, que eu vejo você, que eu vejo você
Conversa não é tudo
Eu estou hesitando em cair e estou esperando, estou odiando a todos
Poderia ser que você sente por mim
Qualquer semelhança possível
Se é assim como eu saberia
Você nunca me conhecerá, mas eu vejo você, mas eu vejo você, mas eu vejo você, mas eu vejo você, mas eu vejo você
Eu estou parado em frente a você
Eu sonhei sozinha, agora os sonhos não vão acontecer
Eu estou parado em frente a você
Eu sonhei sozinha agora os sonhos não vão acontecer
Verdade seja dita, o meu problema é velho
Você significa o mundo para mim, mas você nunca saberá
Você pode ser cruel para mim
Por que ir arriscando a maneira que eu vejo você
Que eu vejo você, mas eu vejo você, mas eu vejo você, mas eu vejo você, mas eu vejo você
Eu estou parado em frente a você
Eu sonhei sozinha agora os sonhos não vai fazer
Mas eu vejo você
Mas eu vejo você

Mika

05 março 2011

Viajante do Tempo

Tenho que confessar algo. Sou um involuntário viajante no tempo.
Pelo menos é a sensação que tenho. Como se tivesse entrado em uma cápsula temporal há uma década e tivesse ido a parar no futuro.
Talvez Einstein me ajudasse a explicar melhor.
O futuro é hoje, é o presente.
Mas se você esteve no Brasil todo este tempo você se lembrará do seu passado aqui. Eu não.
Há 11 anos parti de Maringá rumo ao desconhecido.
Voltei em 2002, 2005 e 2006 em rápidas e superficiais visitas quando percorria nossas ruas com um automóvel, sem sentir o pulso presente na cidade.
Agora, desembarquei definitivamente e, andando sempre a pé, fico boquiaberto com as mudanças e maravilhado com detalhes que não me lembro de ter desfrutado tanto.
Maringá já não parece à urbe que deixei.
Está maior, reconheço. Sentirei falta da meninice da cidade que a minha memória guarda.
Nasci aqui, mas não me lembrava a dimensão do verde, integrado com o espaço urbano. Por favor, as árvores da Teixeira Mendes estão colossais.
Algumas seringueiras também. E para mim todas são “velhas amigas” que estiram seus braços para dar-me as boas vindas.
Quando caí no mundo, o “novo centro” era só um projeto engatinhando. Hoje, redimensiona, eclipsa e molda os contornos da cidade canção.
Calculo como estará o mercado imobiliário e imagino que é difícil encontrar outros modelos de requalificação de terrenos assim no Brasil.
É incrível, ainda, que o setor de serviços - um dos que encabeçam a crise européia – parece crescer aqui com a coragem do Quixote contra os moinhos de vento.
Em cada esquina vejo restaurantes e salões de belezas.
Vejo faculdades, cursos e maiores oportunidades em muitas áreas que, logicamente, crescem com a cidade.
A de segurança, por exemplo, deve de ter feito multimilionário a quem inventou a tal da cerca elétrica. Na “linda flor, a mais gentil do norte do Paraná", aflorou toda uma série de negócios que antes, se existiam, era timidamente.
Não quero parecer um político, ainda assim prefiro pensar que meu concidadão está contente com todas as mudanças. Que elogia o sistema binário, que desfruta com a qualidade de vida que sempre foi nossa bandeira. Que vive o seu presente com fé no futuro. Apesar da criminalidade, das mortes do trânsito, dos problemas típicos de um município em contínua, ordenada e imparável expansão.
Queria ter feito este viagem com todos os maringaenses. Mas vim parar direto nesta época.
Gostei do que vi e não pretendo regressar ao passado.
Recorro outra vez a Einstein, que dizia: “eu nunca penso no futuro, ele não tarda a chegar”.




Este texto é do amigo Silvio Rocha. 
Jornalista, ex-repórter do O DIÁRIO, Silvio, viveu a última década em Madri, na Espanha, e agora retorna a Maringá.
Bem-Vindo amigo...

04 março 2011

Uma Flor Selvagem

O amor é uma escultura que se faz sozinha.
É uma flor inesperada sem estação do ano para surgir nem para morrer.
Vai sendo esboçada assim ao vento: aqui a sobrancelha se arqueia, ali desce a curva do pescoço, a mão toca a ponta de um pé, no meio estende-se a floresta das mil seduções. Imponderável como a obra de arte, o amor nem se define nem se enquadra: é cada vez outro, e novo, embora tão velho.
Intemporal.
Planta selvagem, precisa de ar para desabrochar mas também se move nos vãos mais escuros, em ambientes sufocantes onde rebrilham os olhos malignos da traição ou da indiferença, e a culpa o pode matar.
O convívio é o exercito do amor na corda bamba.
Os corpos se acomodam, as almas se espreitam, até se complementam. Mas pode-se cair no tédio – sem rede –, e bocejar olhando pela janela.
Inventamos receitas para que o amor melhore, perdure, se incendeie e renove... nem murche nem morra.
Nenhuma funciona: ele foge de qualquer sensatez, como o perfume das maçãs escapa num cesto de vime tampado. Se fossemos sensatos haveríamos de procurar nem amar, amar pouco, amar menos, amar com hora marcada e limites.
Mas o amor, que nunca tem juízo, nos prega peças quando e onde menos esperamos.
Nunca nos sentimos tão inteiros como nesses primeiros tempos em que estamos fragmentados: tirados de nós mesmos e esvaziados de tudo o mais, plenos só do outro em nós.
Nos sentimos melhore, mais bonitos, andamos com mais elegância, amamos mais os amigos, todo mundo foi perdoados, nosso coração é um barco para o qual até naufragar seria glorioso (ah, que naufrágios...).
Mais que isso, nesse castelo – como em qualquer castelo – não pode haver dois reis.
Quem então cederá seu lugar, quem será sábio, quem se fará gueixa submissa ou servo feliz, para que o outro tome o lugar e se entronize e... reine?
A palavra “liberdade” teria de ser mais presente, porém é mais convidada a discretamente afastar-se e permitir que em seu lugar assuma o comando alguma subalterna: tolerância, resignação, doação, adaptação. Rondando o fosso do castelo, a vilã de todas a culpa.
Quem deixou sobre minha mesa o bilhete dizendo “se você ama alguém, deixe-o livre” sabia das coisas, portanto sabia também o desafio que me lançava.
No mundo das palavras há tantos artifícios quantas são as nossas contradições.
Por isso, conviver é tramar, trançar, largar, pegar, perder.
E nunca definitivamente entender o que – se fossemos um pouco sábios – deveríamos fazer.
Farsa, tragédia grega, outras soneto perfeito: o amor, com as palavras, se disfarça em doces armadilhas ou lâminas.


Lya Luft

03 março 2011

O Meu Orgulho

Lembro-me o que fui dantes.
Quem me dera Não me lembrar!
Em tardes dolorosas
Eu lembro-me que fui a Primavera
Que em muros velhos fez nascer as rosas!
As minhas mãos, outrora carinhosas, Pairavam como pombas...
Quem soubera Porque tudo passou e foi quimera,
E porque os muros velhos não dão rosas!
São sempre os que eu recordo que me esquecem...
Mas digo para mim: "Não me merecem..." E já não fico tão abandonada!
Sinto que valho mais, mais pobrezinha: Que também é orgulho ser sozinha,
E também é nobreza não ter nada!

Florbela Espanca

Como é que se ama sem amor?

"Eu mais uma vez me pergunto como é mesmo que se faz a coisa mais profunda do mundo com total superficialidade.
Como é que se ama sem amor?
Como é que se entrega de dentro de uma prisão?
Nunca soube."

Ler esta frase surtiu um efeito devastador em mim.
Adoro quando um texto ou uma simples frase faz meu coração bater mais forte, me faz pensar... porque eu também nunca soube "como é que alguém se entrega de dentro de uma prisão"!


Tati Bernardi e Du, do Blog Moça do Sonho



02 março 2011

Chamar a Felicidade

Ser feliz é muito mais do que chamam de felicidade.
Ser feliz é sair sem rumo, é observar o mundo,  é sorrir para um desconhecido, é estender a mão sem esperar nada em troca.
Ser feliz é tomar um sorvete e se lambuzar como uma criança, é se apaixonar e ligar o dia inteiro apenas para saber se seu amor esta bem.
É dar valor à vida e aproveitar estar ao lado de pessoas que são suas raízes.
Ser feliz é sorrir a toa, é poder manifestar todos os sentimentos, não ter vergonha de chorar e se alguém lhe disser que chorar é feio e que nunca chorou, pergunte a este alguém qual foi sua manifestação quando o médico lhe deu uma palmadinha ao nascer!
Ser feliz não tem preço, o sol, o luar, a vida, o amor, o vento, o carinho, a amizade, nada se compra tudo se conquista, ser feliz é conquistar!
Ser feliz é sonhar e realizar é buscar e encontrar e acima de tudo acreditar.
É dedicar tempo para vida, é viver o hoje, é cultivar o ontem e plantar o amanhã.
E mais do que tudo, ser feliz é perdoar, e jamais guardar mágoas.
Então seja feliz, muito feliz!

01 março 2011

O Mare e Tu - Sentir em nós

Sentir em nós
Uma razão
Para não ficarmos sós
E nesse abraço forte
Sentir o mar,
Na nossa voz,
Chorar como quem sonha
Sempre navegar
Nas velas rubras deste amor
Ao longe a barca louca perde o norte.
Meu amor
Se você e o mar não estivessem aqui
Eu também não estaria
Meu amor
O amor existe quando nós estamos próximos a Deus
Amor
No teu olhar
Um espelho de água
A vida a navegar
Por entre o sonho e a mágoa
Sem um adeus sequer.
E mansamente,
Talvez no mar,
Eu feita espuma encontre o sol do teu olhar,
Voga ao de leve, meu amor
Ao longe a barca nua a todo o pano.
Meu amor
Se você e o mar não estivessem aqui
Eu também não estaria
Meu amor
O amor existe quando nós estamos próximos a Deus
Amor
Meu amor

Musica cantada por Andrea Bocelli & Dulce Pontes