28 outubro 2008

Escrever e sentir a vida

Tanto tempo sem escrever tudo o que percorre esta alma, cada vez mais plana, cada vez mais preenchida e feliz… faz-me sentir que o tempo voa e escapa-nos por entre os dedos, como um tecido de seda que esvoaça ao sabor do vento e que com dificuldade conseguimos agarrar e apanhar.
Não conseguimos parar o tempo, mas seria bom se, por vezes, o pudéssemos prender num segundo, seguro por instante, que nos eleva a alma e nos faz sentir seguros, firmes e com força para olhar o futuro, sem olhar para trás, lutando por ele, sem medo do que poderá vir a seguir.
O tempo não pára, não espera, mas só nós lhe conseguimos dar sentido… vivendo e aproveitando cada momento com um sorriso e um brilho especial nos olhos, com a alma agitada em felicidade, dando sempre o melhor de nós… mesmo que a vida nos dê um revés para experimentar a nossa capacidade de lutar e de, por fim, dar-mos a volta por cima e sairmos vencedores.
Só de nós depende o futuro e só nós o conseguiremos transformar em realidade, uma realidade doce, feliz e eterna… lutarei por isso, para sempre!
Como é bom olhar em frente e saber que o sol brilha cá dentro, com uma força tremenda que me incentiva e dá força para continuar, de uma forma tão positiva e tão própria que, por vezes, descubro em mim acções que a minha própria existência desconhecia.
É bom descobrir que a luz que ilumina os meus dias e que a anima a minha alma, dando-lhe vida, me ajuda a viver cada dia que passa, me ajuda a sonhar em cada noite que sobre mim desce e que me impele a caminhar, sem medo nem receio, por me dar certezas e iluminar o mais escuro dos dias.
Sinto e tenho a certeza que esta chama arderá dentro de mim eternamente, sem nunca se apagar ou vacilar, porque mesmo longe, permanece sempre junto a mim, demonstrando que não há longe nem distância, não há barreiras que nos possam separar e que estamos sempre unidos por esta ponte para a eternidade que juntos construímos e que jamais deixaremos desmoronar, por mais tempo que passe.
A vida é uma caixinha de surpresas e, sem qualquer réstia de dúvida, encontrar uma luz que brilha tão forte dentro de mim, com uma chama tão especial e única, com um calor tão doce e próprio… foi a melhor surpresa que a vida me poderia ter dado, ainda mais por saber que assim será eternamente.
A minha alma e o meu coração fogem de mim, voando para junto da alma que, sendo a outra metade de mim, me completa!
Jamais deixarei escapar esta felicidade e tão pouco abandonar esta alma ou deixar que a luz que brilha dentro de mim vacile ou se apague… porque a quero sempre comigo, para todo o sempre, em todos os momentos e nunca a deixarei partir, porque sem ela já não saberei viver!
Por mais tempo que passe, eu estarei sempre aqui… à espera!

Do blog alma plana

Um comentário:

  1. Anônimo16/11/08

    Escrever é uma forma de pensar a vida e a realidade! O tempo não para, a vida não para! O texto abaixo do Rubem Alves traz uma reflexão interessante sobre o tempo e as experiências que acumulamos ao longo dele. Durante esses dias eu estava pensando: Como as experiências nos fazem olhar com outros olhos para a vida, para as circunstâncias e para as pessoas. Uma amiga me disse que ela ouviu de um pastor uma comparação que diz o seguinte: Que uma pessoa experiente assemelha-se a um cão que late sentando. E uma pessoa menos experiente, assemelha-se a um cão que late para todos e corre por todos os lados, saltando e dando piruetas...Achei engraçada e verdadeira a comparação!!!
    Esse cão que late sentado, sabe que em muitas situações não vale mais a pena se irritar, se afobar, e a espera é sua sábia decisão. A experiência traz a serenidade! O cão que late sentando sabe que não adianta querer salvar o mundo, pois não importa o quanto ele se importe com uma pessoa ou circunstância, algumas pessoas simplesmente não se importam nem com ele e nem muito menos com os outros que mais precisam de ajuda. A experiência nos ajuda a colocar limites nas situações. A experiência nos abre os olhos para a importância da sabedoria.
    Experiência não é, e nunca foi sinônimo de resignação e sim, a experiência nos possibilita a pensar e a lutar pelo que realmente vale a pena...Pelo essencial sem fechar os olhos para o justo e para o belo...

    O tempo e as jabuticabas*
    *Rubem Alves
    'Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para
    frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma
    bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo
    que faltam poucas, rói o caroço.
    Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
    Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
    Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles
    admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
    Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
    Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter
    a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um
    fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.
    Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos,
    normas, procedimentos e regimentos internos.
    Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da
    idade cronológica, são imaturos.
    Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
    de'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
    Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de
    secretário-geral do coral.*
    *Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem
    conteúdos, apenas os rótulos'.
    Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha
    alma tem pressa...*
    *Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito
    humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se
    considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a
    dignidade dos marginalizados, e deseja tão-somente andar ao lado do que é
    justo.
    Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor
    absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'
    O essencial faz a vida valer a pena.*

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