
Mas o suicídio não era e não é a única forma de morte relacionada ao amor.
Em nome do amor também se matava e ainda se mata. Na antiguidade como nos dias atuais, muitos tentam justificar casos monstruosos em nome desse sentimento.
O homicídio da menina Eloá Cristina Pimentel, em Santo André, pode servir de exemplo de como o amor é usado para dar razão a um fato irracional.
Por mais absurda que possa ser, há adolescentes, jovens, adultos e idosos que tendem a “aceitar” essa idéia. “Ele a amava tanto que seria capaz de tudo”, comentou uma colega de escola de Eloá em reportagem publicada em sites dos grandes jornais.
A violência em nome do amor, em um passado não muito distante, era respaldada até na lei. Quantos maridos traídos tiveram a pena abrandada ao alegar na Justiça que matou a esposa em defesa da própria honra?
No caso da menina Eloá, ao se tentar colocar a culpa na polícia, mesmo que de forma subconsciente, há a intenção de inocentar, em parte, Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos.
O ex-namorado de Eloá sabia sim o que estava fazendo. Ele não é nenhuma criança. Não se sustentam os argumentos de que ele era trabalhador, bom rapaz e outros elogios.
O que Lindemberg sentia por Eloá não era amor. Era, sim, um sentimento doentio. O amor não pode estar relacionado ao mal.
Sartre dizia que o ato de amor é uma tênue conquista, que se refaz a cada momento. Para ele, de um lado, o amor é uma história de respeito à liberdade do outro. De outro lado, é uma busca contínua de fazer respeitar a própria liberdade.
Um dos livros mais interessantes sobre o amor é O Banquete, de Platão (428/27 – 347 a.C.). Na obra, alguns antigos atenienses tentam explicar porque o amor exerce tanto poder sobre nós. Um dos trechos admiráveis desse livro pode explicar porque o amor não deve justificar atos de impiedade:
“Sobre a virtude de Amor devo falar, principalmente, que Amor não comete nem sofre injustiça, nem de um deus ou contra um deus, nem de um homem ou contra um homem. À força, com efeito, nem ele cede, se algo cede – pois violência não toca em Amor – nem, quando age, age, pois todo homem de bom grado serve em tudo ao Amor, e o que de bom grado reconhece uma parte a outra, dizem ‘as leis, rainhas da cidade’, é justo. Além da justiça, da máxima temperança ele compartilha. É com efeito a temperança, reconhecidamente, o domínio sobre prazeres e desejos; ora, o Amor, nenhum prazer lhe é predominante; e se inferiores, seriam dominados por Amor, e ele os dominaria, e dominando prazeres e desejos seria o Amor excepcionalmente temperante”.
O amor é temperança. E não crueldade, como ocorreu com Eloá.
Lindemberg deve ser julgado com todo o rigor da lei. Apesar de a punição não devolver a vida de Eloá.
O texto é de autoria do Célio Martins.
E retratou de forma tão clara o que penso que o trouxe aqui. Amor é tudo de bom...é amor...jamais ódio.
PALAVRAS CERTA!
ResponderExcluirINFELISMENTE MUITAS PESSOAS UZA O SENTIMENTO AMOR PRA JUSTIFICAR UMA AÇAO MALDOZA!
AMOR SIGNIFICA CARINHO AFETO RESPEITO E CUIDADO...
QUERER VER A PESSOA BEM POR MAIS QUE NAO SEJA COM PROPRIO.
ASS- CRISTIANE