tag:blogger.com,1999:blog-514883983549189493.post5330044394993370562..comments2024-03-15T05:06:03.478-03:00Comments on Edson Valério: Escrever e sentir a vidaEdson Valériohttp://www.blogger.com/profile/08074672791887372872noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-514883983549189493.post-46436452717932529392008-11-16T20:58:00.000-02:002008-11-16T20:58:00.000-02:00Escrever é uma forma de pensar a vida e a realidad...Escrever é uma forma de pensar a vida e a realidade! O tempo não para, a vida não para! O texto abaixo do Rubem Alves traz uma reflexão interessante sobre o tempo e as experiências que acumulamos ao longo dele. Durante esses dias eu estava pensando: Como as experiências nos fazem olhar com outros olhos para a vida, para as circunstâncias e para as pessoas. Uma amiga me disse que ela ouviu de um pastor uma comparação que diz o seguinte: Que uma pessoa experiente assemelha-se a um cão que late sentando. E uma pessoa menos experiente, assemelha-se a um cão que late para todos e corre por todos os lados, saltando e dando piruetas...Achei engraçada e verdadeira a comparação!!!<BR/>Esse cão que late sentado, sabe que em muitas situações não vale mais a pena se irritar, se afobar, e a espera é sua sábia decisão. A experiência traz a serenidade! O cão que late sentando sabe que não adianta querer salvar o mundo, pois não importa o quanto ele se importe com uma pessoa ou circunstância, algumas pessoas simplesmente não se importam nem com ele e nem muito menos com os outros que mais precisam de ajuda. A experiência nos ajuda a colocar limites nas situações. A experiência nos abre os olhos para a importância da sabedoria.<BR/>Experiência não é, e nunca foi sinônimo de resignação e sim, a experiência nos possibilita a pensar e a lutar pelo que realmente vale a pena...Pelo essencial sem fechar os olhos para o justo e para o belo...<BR/><BR/>O tempo e as jabuticabas*<BR/>*Rubem Alves<BR/>'Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para<BR/>frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma<BR/>bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo<BR/>que faltam poucas, rói o caroço.<BR/>Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.<BR/>Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.<BR/>Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles<BR/>admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.<BR/>Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.<BR/>Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter<BR/>a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um<BR/>fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.<BR/>Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos,<BR/>normas, procedimentos e regimentos internos.<BR/>Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da<BR/>idade cronológica, são imaturos.<BR/>Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões<BR/>de'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.<BR/>Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de<BR/>secretário-geral do coral.*<BR/>*Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem<BR/>conteúdos, apenas os rótulos'.<BR/>Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha<BR/>alma tem pressa...*<BR/>*Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito<BR/>humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se<BR/>considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a<BR/>dignidade dos marginalizados, e deseja tão-somente andar ao lado do que é<BR/>justo.<BR/>Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor<BR/>absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'<BR/>O essencial faz a vida valer a pena.*Anonymousnoreply@blogger.com