Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago
O que não escrevi, calou-me.
ResponderExcluirO que não fiz, partiu-me.
O que não senti, doeu-se.
O que não vivi, morreu-se.
O que adiei, adeu-se.
AFONSO ROMANO SANT'ANNA
E não é uma pena que Saramago tenha apenas escrito ou, talvez, publicado um só livro de poesia ?
ResponderExcluirSaramago escreve muito bem, prosa e poesia.
ResponderExcluirEmbora não os conheça, há mais dois livros seus de poesia: "Provavelmente alegria", de 1970, e "O ano de 1993" , de 1975.
E ainda tem a coragem de dizer, no lançamento do seu novo livro, que a Bíblia é cruel. Ficaram indignados, os representantes das religiões, compreende-se, mas que Saramago tem razão nisso, penso que tem.
Pelo menos no que se refere ao Antigo Testamento.
Nossa...desconhecimento meu, imperdoavel, quanto aos outros dois livros. Irei à procura deles.Obrigado pela dica Miguel
ResponderExcluirSaudações atentas.