31 janeiro 2012

Ter esperança

Ter esperança é aprender que nem sempre a vida é justa...
É respeitar minha fraqueza, para me permitir descansar e repensar...
É descobrir que parar e chorar não é o mesmo que desistir definitivamente.
Ter esperança é lembrar-me de outros momentos que pensei jamais superar...e no entanto se foram também.
Ter esperança é diminuir o ritmo e ouvir minhas vozes caladas...Aprender que obstáculos podem ser vencidos com força, mas às vezes é mais fácil apenas desviar...
Ter esperança é querer morrer mas escolher a vida, apesar de sentir que ela não vale nada.....
Ter esperança é ser maior que a noite escura da alma, enxergar além da visão turvada e suportar as dúvidas do que até então eram só certezas.
Ter esperança é não desejar a morte, pois ela é o que sobra quando tudo já foi destruído violentamente...
Ter esperança é arrancar essa vontade de estar vivo lá de dentro e trazer à superfície.
Ter esperança é buscar na água o movimento incessante, no ar a leveza para não afundar, no fogo a coragem necessária...E na terra a serenidade.
Ter esperança é simplesmente acreditar que a vida é maior... e um dia ela me mostrará toda a sua grandeza novamente.

Autor desconhecido

30 janeiro 2012

Maluco por você...

Trocaria tudo por um dia com você
Pensei que em toda minha vida eu nunca fosse conhecer alguém assim
Teu jeito comigo... Lindo 
Feito só pra mim
Vai entender essa loucura de querer estar sempre com você
Parece que você sabe tanto sobre o que eu quero te falar
Te olhar nos olhos
Viajar com você pra qualquer lugar
A nossa ligação...o que aconteceu não tem explicação
Eu gosto tanto de você.
Sem você a vida fica sem graça
Eu quero você só pra mim
Trocaria tudo por um dia com você
O que acontece com a gente, se eu falasse ninguém ia acreditar
As horas viram segundos
Me perdi totalmente
Me perdi em você
Nem sei mais o dia da semana ou o que eu vou fazer
Quando bate a paixão
Um abraço apertado colado em você
Se vai minha sanidade, num beijo daqueles posso sentir você
Te olhar nos olhos
Viajar com você pra qualquer lugar
Eu gosto tanto de você sem você a vida perde a graça
Eu quero você só pra mim
Trocaria tudo por um dia com você

Autor Desconhecido

28 janeiro 2012

Balada da Neve

Batem leve, levemente, como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania: mas há pouco, há pouco nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente, com tão estranha leveza, que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente, nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía do azul cinzento do céu, branca e leve, branca e fria...
– Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa, os passos imprime e traça na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança, e noto, por entre os mais, os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos, porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza, uma funda turbação entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza e cai no meu coração.

Augusto Gil -873 - 1929

26 janeiro 2012

Dores de Amores

 Eu fico com essa dor
Ou essa dor tem que morrer
A dor que nos ensina
E a vontade de não ter
Sofrer de mais que tudo
Nós precisamos aprender
Eu grito e me solto
Eu preciso aprender
Curo esse rasgo ou ignoro qualquer ser
Sigo enganado ou enganando meu viver
Pois quando estou amando é parecido com sofrer
Eu morro de amores
Eu preciso aprender
Luiz Melodia 

25 janeiro 2012

Choro....

Choro, porque sinto saudades
Choro, choro... porque não te tenho. Choro, porque você não está aqui.
Não consigo parar de pensar em você,
E toda vez que penso..uma lágrima percorre meu rosto e meu coração insiste em querer mais e mais de você
Tento disfarçar, fingir que não te amo mais, fingir que não ligo mais para você,
Mas meu coração grita, ele fala mais alto
Insiste em me fazer te amar
Sei que a distância nos atrapalha, mas a vida é cheia de obstáculos
Sinto muito, por não estar com você. Sinto muito, pela distância que rompeu nossa ligação, mas nada e nem a distância podera matar o meu amor que sinto por você!!
Obrigado por existir, no meu coração, e em minha vida.
Estamos separados, e quero que tenha toda a felicidade .
Choro.....vou chorar.....vai passar

Autor Desconhecido

24 janeiro 2012

Ausência

Me perdoem a porta fechada...mas as janelas estão sempre abertas
Me perdoem o silêncio...as verdadeiras palavras estão em meus olhos
Me perdoem o bom humor....é que as lágrimas se perderam no banho
Me perdoem a estranheza... é que o banal ainda me assusta
Me perdoem a ausência, mas para ser sincero, quantos de vocês já estiveram perto de mim???



R. Freitas

23 janeiro 2012

Onde se acha o amor

Apesar da existência da internet, os encontros amorosos ainda ocorrem no mundo físico. É preciso sair de casa, conhecer pessoas e dar ao destino uma chance de fazer algo por nós.
Quando, na noite de sábado, a garota sem namorado decide ir a uma festa com os amigos, em vez de ficar em casa fuçando os perfis dos outros no Facebook, está fazendo um cálculo preciso: onde é maior a chance de conhecer alguém?
Está provado, estatisticamente, que o amor não é um homem estranho que bate na porta com um ramo de flores, uma camisinha no bolso e um bilhete de avião para Paris.

Isso sempre me ocorre quando escuto – o que é frequente – duas mulheres discutindo sobre a tarefa aparentemente difícil de arrumar um namorado legal nos dias que correm.
Em geral, fico tentado a me meter para sugerir que elas talvez estejam buscando nos lugares errados. Hoje, eu decidi que iria ceder à tentação e dar uns palpites nesse assunto.
Depois de conversar com amigos e amigas, divido com vocês as opiniões que achei pertinentes.

A primeira delas, que vai irritar os boêmios: não ponha esperança demais em botecos e baladas.
Eles não costumam ser o lugar onde se encontra gente que vai ficar na sua vida.
Para uma mulher ou para um cara atraente, é fácil achar sexo na noite, mas o que acontece depois é muito incerto.
O mais comum é acordar sozinha, ou, ainda pior, perceber que a pessoa ao lado não tem nada a ver.
Decisões tomadas no calor da mesa ou da pista não costumam resistir às horas de sono ou de lucidez. Se você já conhece a figura e a convida a tomar uma, a chance de rolar aumenta muito. Se você vai à balada sabendo que lá vai estar o cara que você deseja, melhor. Mas, sair na sexta-feira, dos bares para a balada, na esperança de que o príncipe encantado apareça do nada, com uma lata de cerveja na mão, pode ser bem frustrante.

A internet tornou-se um lugar privilegiado de encontros, mas seu efeito nas aproximações é ambíguo. Funciona de uns jeitos e não funciona de outros.
Usar o Facebook para se aproximar da garota do trabalho que você acha bonita ou do cara que você conheceu na festa do amigo costuma ser legal.
Tem gente para quem isso funciona tão bem que virou abordagem padrão - com a vantagem de que a redes sociais contam muito sobre a pessoa antes de você chegar perto dela.
O que eu acho que não rola é usar a internet para se aproximar de completos estranhos: viu uma foto no timeline, achou a pessoa bonita, manda uma mensagem, “oi!” Quem recebe esse tipo de torpedo fica com a impressão que do outro lado tem um cara ou uma garota disparando span para todos os lados. Não é legal.

Na internet estão também os famosos serviços de promoção de relacionamentos.
Você se cadastra, paga uma grana e o sistema sugere sair com fulano ou sicrana. As (poucas) pessoas que eu conheço que já fizeram isso conseguiram encontros e transas.
Têm histórias divertidas para contar, mas nenhuma achou o amor virtual. Parece ruim? Não necessariamente. Para quem está por baixo e sente que a vida empacou, esse tipo de serviço pode funcionar como o socorro que a seguradora manda quando seu carro ficou sem bateria: oferece uma recarga de autoconfiança, faz com que você dê a partida e põe o carro em movimento. Às vezes é tudo que a gente precisa.
Quando se trata de encontrar pessoas, eu acredito em grupos: escola, trabalho, amigos. Em geral é aí que as coisas rolam. Melhor que a balada anônima é uma festa de aniversário, onde você já conhece parte das pessoas e tem a chance de conhecer outras, que terão alguma conexão com você. Amigos de amigas são candidatos naturais a namorados. Eles já chegam filtrados por interesses e origens comuns – aquilo que uma amiga minha chama de “indicação”. Ela, efetivamente, sai perguntando aos conhecidos sobre os caras que acha interessante: “Você acha que eu combino com ele?” O grupo ajuda a recomendar e selecionar.

Se você está sem grupos, invente um. Cursos são lugares espetaculares para aprender e para conhecer gente. Há cursos de todos os tipos e neles há todo tipo de pessoas. Pode ser um encontro de gastronomia, um curso de teatro ou aquela aula de dança de salão que você está adiando desde que tinha 18 anos. Funciona. Tampouco descarte as viagens em bando ou grupo organizado. Elas costumam ser divertidas e oferecem a oportunidade de conhecer pessoas com o mesmo pique. Depois de três dias fazendo tracking na Chapada Diamantina ou acampando no Pantanal, todo mundo fica meio íntimo – e há reuniões posteriores, trocas de fotos pela internet. As coisas não acabam ali.

O essencial, quando se trata de encontros amorosos, é criar oportunidades para que eles aconteçam. Na tarde de sábado, por exemplo, por que não chegar ao cinema meia hora antes do filme e tomar um café, sem Ipod nos ouvidos e sem estar mergulhada num livro? Isso oferece a quem está em volta uma chance de aproximação.
Às vezes isso é tudo que o destino precisa para colocar a pessoa certa na mesa ao lado, sozinha e louca para conversar. Pode não ser o grande amor da sua vida, mas talvez venha a ser um bom amigo – que talvez tenha um irmão, ou um amigo, que nasceu com a missão de dar a você os melhores dias da sua vida.

IVAN MARTINS

14 janeiro 2012

Folga

Bom dia e bom fim de semana.
Ficarei uma semana ausente. Uma folga merecida pra recarregar as baterias.
Até mais

13 janeiro 2012

Vieste

Vieste na hora exata
Com ares de festa
E luas de prata
Vieste com encantos
Vieste com beijos silvestres
Colhidos pra mim
Vieste como a natureza
Com mãos camponesas
Plantadas em mim
Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens pra dentro de mim
Meu amor
Vieste a hora e a tempo
Soltando meus barcos
E velas ao vento
Vieste me dando o alento
Me olhando por dentro
Velando por mim
Vieste de olhos fechados
Num dia marcado
Sagrado pra mim
Vieste com a cara e a coragem
Com malas, viagens
Pra dentro de mim
Meu amor...


Ivan Lins/Victor Martins

12 janeiro 2012

Perdido

Ando perdido em meus pensamentos.
Sofro com tua tristeza.
A distância é amarga.
Ausência é minha companheira...
O que fazer com esse amor?
Noites mal dormidas, com o pensamento em você.
A cada sorriso o coração explode de emoção
A cada lágrima, uma dor no coração.
Amar a esse ponto é sofrimento.
Amor bandido, esse deverá ser o nome.
Um amor que te faz sofrer, um amor que não supera nada, nem alegria consigo dar...
Pensamentos...
Fico. Luto!!!
Sofre, dói em mim.Saio.
Fujo!!!
Sofre, dói em ti.
Dói em mim, dói em ti.
Já não sei para onde ir.
Nem sei o que fazer.
Perdido em pensamentos,
Se tiver que partir...
E desse amor fugir.
Dói em mim...

"A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida."
Vinicius de Moraes

11 janeiro 2012

Dualidade do Viver

Um sábio não é um buscador.
O buscador ainda está em busca de paz, ainda está evitando sofrer.
O sábio não evita mais nada, apenas e simplesmente deixou de se incomodar com as polaridades da vida – com a tristeza e a alegria..
Aceitou a dualidade do viver.
Não porque ele tem muito conhecimento, mas porque seu coração falou tão alto que o sentido da vida agora é o viver de cada momento.
Então, na simplicidade, no momento a momento, vai se descobrindo que a vida nos oferece a cada instante dádivas que passamos por cima.
Por quê?
Porque o apego aos pensamentos e desejos, não nos deixa ver e sentir o coração amoroso que temos e somos.

Swami Sambodh Naseeb

10 janeiro 2012

Rifa-se um coraçao..ou algo assim...

Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüenteque nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração,  que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu... "não quero dinheiro,eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece,e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insisteem cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que,abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente e, contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:" O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo,só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".
Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que, ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e, a ter a petulância de se aventurar como poeta.


Baseado em obra de Clarice Lispector

09 janeiro 2012

Não...eu jà não falo de Ti

Não: já não falo de ti, já não sei de saudades.
Feche-se o coração como um livro, cheio de imagens,
de palavras adormecidas, em altas prateleiras,
até que o pó desfaça o pobre desespero sem força,
que um dia, pode ser, parece tão terrível.

A aranha dorme em sua teia, lá fora, entre a roseira e o muro.
Resplandecem os azulejos- e tudo quanto posso ver.
O resto é imaginado, e não coincide, e é temerário cismar.
Talvez se as pálpebras pudessem inventar outros sonhos, não de vida...

Ah! rompem-se na noite ardentes violas,
pelo ar e pelo frio subitamente roçadas.
Por onde pascerão, nestes céus invioláveis,
nossas perguntas com suas crinas de séculos arrastando-se...
Não só de amor a noite transborda mas de terríveis
crueldades, loucuras, de homicídios mais verdadeiros.

Os homens de sangue estão nas esquinas resfolegando,
e os homens da lei sonolentos movem letras
sobre imensos papéis que eles mesmos não entendem...
Ah! que rosto amaríamos ver inclinar-se na aérea varanda?
Nem os santos podem mais nada. Talvez os anjos abstratos
da álgebra e da geometria.

Cecilia Meirelles

07 janeiro 2012

Amor de Corpo Inteiro...

Simplesmente amor, sem nada a dizer!
Amor com as mãos, amor com os pés, amor com dedos, braços, pernas, barriga, pele e abraços... Amor de corpo inteiro.
Um amor que transcende, que transpira, que transborda.
Um amor que surpreende, sem nada significar, sem nada explicar, sem nada compreender. Simplesmente ser... preencher, existir!
Amor que não vê, que não ouve, que não questiona.
Amor em silêncio.
Um silêncio que aquieta o coração, que acaricia a alma, que alivia as dores!
Amor que esvazia, que abre espaço, que permite.
Amor sem regras, sem cobranças, sem chantagens.
Amor que faz crescer. Amor de gente grande, de coração gigante, de sorriso aberto.
Amor que permanece.
Simplesmente para você. De mim para mim, de mim para você.
Amor que invade respeitando, que adentra acariciando, que ocupa com leveza.
Amor sem seqüência, sem sugestões, sem ego.
Que aceita, que perdoa, que reconhece...
Amor que desconhece para conhecer, que nunca lembra porque não esquece!
Amor que é... assim, sem mais nem menos, sem eira nem beira, sem que nem porque...
Simplesmente simples, despretensioso, descomprometido, desmedido.
De uma simplicidade tão óbvia que arrasta, que envolve, que derrete.
De uma fluidez tão líquida, que escorre, que desliza, que não cristaliza...
Amor que não se pede, que não se dá, que já está!
Para nunca ter de procurar, para nunca correr o risco de encontrar, simplesmente porque já está!!!
E o que quer que ainda possa surgir...
Fique, permaneça, exista, permita-se, entregue-se! Simplesmente amor...
Você consegue?!?


Rosana Braga

06 janeiro 2012

Sobre estar sozinho...

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o novo milênio.
As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher.
Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei.
Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante.
Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria.
Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.
Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.
O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.
Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade..
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.
Cada cabeça é única. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não à partir do outro.
Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.
Nesse tipo de ligação,há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...
Não sei quem divagou sobre este tema. Não conheço o autor.
E, isto não tem a ver comigo. Isto você pode perceber em amigos...em pessoas que estão ao seu lado e exalam este comportamento...ou será que sou assim....que estou assim. Será???
Vamos filosofar.....enquanto falarmos do amor, da atraçao, do desejo....dos sonhos e mesmo de erros, será bom. Afinal, continuamos a ter o amor...o desejo....como principal meta.

05 janeiro 2012

Certo e Errado

Existe o certo, o errado e todo o resto...
Certo e errado são convenções que se confirmam com meia dúzia de atitudes.
Certo é ser gentil, respeitar os mais velhos, seguir uma dieta balanceada, dormir oito horas por dia, lembrar-se dos aniversários, trabalhar, estudar, casar-se e ter filhos, certo é morrer bem velho e com o dever cumprido.
Errado é dar calote, rodar de ano, beber demais, fumar, se drogar, não programar um futuro decente, dar saltos sem rede.
Todo mundo de acordo?
Todo mundo teoricamente de acordo, porém a vida não é feita de teorias.
E o resto?
E tudo aquilo que a gente mal consegue verbalizar, de tão intenso?
Desejos, impulsos, fantasias, emoções. Ora, meia dúzia de normas preestabelecidas não dão conta do recado. Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita dentro de nós.
Somos maduros e ao mesmo tempo infantis, por trás do nosso autocontrole há um desespero infernal.
Possuímos uma criatividade insuspeita: inventamos músicas, amores e problemas, e somos curiosos, queremos espiar pelo buraco da fechadura do mundo para descobrir o que não nos contaram.
Todo o resto. O amor é certo, o ódio é errado e o resto é uma montanha de outros sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão, desassossego, saudades cortantes,
necessidade de afeto e urgências sexuais que não se adaptam às regras do bom comportamento.
Há bilhetes guardados no fundo das gavetas que contariam outra versão da nossa história, caso viessem a público.
Todo o resto é o que nos assombra: as escolhas não feitas, os beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos a que não obedecemos, ou a que obedecemos bem demais - a troco de quê fomos tão bonzinhos?
Há o certo, o errado e aquilo que nos dá medo, que nos atrai, que nos sufoca, que nos entorpece.
O 'certo' é ser magro, bonito, rico e educado, o 'errado' é ser gordo, feio, pobre e analfabeto, e o resto nada tem a ver com estes reducionismos: é nossa fome por idéias novas, é nosso rosto que se transforma com o tempo, são nossas cicatrizes de estimação, nossos erros e desilusões. Todo o resto é muito mais vasto. É nossa porra-louquice, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores,
a pureza e a inocência que se mantêm vivas dentro de nós mas que ninguém percebe, só porque crescemos.
A maturidade é um álibi frágil.
Seguimos com uma alma de criança que finge saber direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo.
Todo o resto é tudo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê.

Martha Medeiros

04 janeiro 2012

Uma passagem...

Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros.
As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
Onde estão seus móveis? - perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa, perguntou também: E onde estão os seus...?
Os meus?! - surpreendeu-se o turista - mas eu estou aqui só de passagem!
Eu também... - concluiu o sábio.
A vida na Terra é somente uma passagem...
No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e esquecem de ser feliz.
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

03 janeiro 2012

QUEM ?

Que importa que o vento leve para longe , esta canção, triste e fria, como a neve, que envolve o meu coração .
Que importa que seja o vento quem me venha segredar
Que apenas o sofrimento
Se adivinha em meu cantar !
Bem o sei, e muito embora eu me tente libertar
Desta dor que me apavora,
Me escraviza e faz chorar.
Quem vem comigo, quem vem
Fugir desta soledade,
Em busca daquele bem
Que se chama liberdade ?
Parto, não sei para onde ...
- Quem vem comigo, quem vem ?
E a voz do longe responde :- Ninguém mais, ninguém, ninguém ! ...
Eu nada consigo, nada ...Tudo em mim é desventura ,
E pela noite calada
Passeia a minha loucura ,
A gritar o meu tormento,
Esta mágoa que perdura ,
E traz-me, a cada momento,
O fel da minha amargura ...
- Quem vem comigo cantar O hino da paz e do amor,
E a todo o mundo levar A alegria e nunca a dor ?
Vai, caminha, sem ninguém:- Sibila-me a voz do vento, quando pergunto: - Quem vem suavizar o meu tormento ? ...

JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO
do livro " Outono da Vida "

02 janeiro 2012

O amor...

                                                F E L I Z         2 0 1 2

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro. Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lagrimas e enxugá-las com ternura, que coisa... maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida. Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...
Se você preferir morrer, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.

É uma dádiva.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou as vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixa-lo acontecer verdadeiramente.
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia a deixem cega para a melhor coisa da vida: O AMOR !

Drumond

01 janeiro 2012

Amadurecer

Quando com olhar de espanto percebemos que já não temos mais a vida toda pela frente
Quando olhando para trás percebemos
Que muitos anos se foram
E que já não nos damos conta de quantos ainda restarão
Sinto uma saudade imensa
Daqueles dias em que falávamos: " temos a vida toda pela frente"
Sim, era ilusão... nunca teremos a vida toda cada segundo que passa leva um pouco de nós
Quando for noite em meu dia
Não quero que sofras muito
Só chore um pouco
Para alimentar meu lado mais dramático
Você sabe que sou assim, intensa
E que eu morro e renasço todos os dias
Você sabe que eu gosto de chegar ao fundo do poço
Que eu não tenho medo da escuridão
Que eu pergunto pela morte
E que eu não me assusto com a tristeza
Ela já me é familiar
Não se assuste quando eu partir
Tantas vezes já disse adeus
Muitos deles pra ver se você acordava e voltava
Eu vivo a me despedir, só pra ver se ganho um abraço
Uma lágrima em sua face mas, só vejo assim
você me olhar com olhos de espanto
Amor, não quero olhos de espanto
Quero olhos de amor
Quando eu morrer... você vai me olhar com estes olhos de espanto?
Por favor, neste dia não... olhe-me com olhos de amor.

Dafne Stamato