E olhando em volta de mim eu tenho que dizer que não poderia ser melhor.
De todos os perrengues, de todas as lutas — internas e externas –, de todos os corações partidos e vontades agudas depositadas em caixinhas com fita de setim; eu acabei por sair ilesa.
Acabei me tornando alguém muito mais cética, mas ao mesmo tempo mais pé no chão e bem mais madura.
Eu descobri, de verdade, que a vida feita de “se” não era a vida que ia me fazer feliz. Descobri que muitas pessoas chegam, mas que a maioria delas vai embora e não há muito o que se fazer a não ser dizer adeus.
Descobri que não há bem maior do que o amor, principalmente o próprio.
Descobri que ninguém, nunca, vai ser altruísta ao ponto de deixar de ser feliz para que você seja feliz, e que ser feliz é muito relativo; portanto as pessoas que mostram ser felizes demais e o tempo todo são, na verdade, as mais tristes de todas.
Aos vinte a madrugada já perdeu um pouco a graça e começou a dar uma vontadezinha besta de aproveitar mais o dia.
Aos vinte a criança foi embora e veio chegando um sentimento meio tia.
Aos vinte se festa, se estuda, se trabalha — tudo isso sem tanta disposição e inocência, mas com muito mais glamour.
Eu que fui uma criança prodígio em muitos aspectos fico muito feliz de saber que cheguei aos vinte sendo, em muitos momentos, uma adulta bem infantil.
A vida passa cheia de coisas na nossa frente e a gente cresce achando que a felicidade é um plano longínquo e futurista, quando na verdade a graça toda da história é a felicidade ser fugaz.
E eu cheguei aos vinte assim, toda cheia de tristeza quando me coube sofrer, mas transbordando de alegria quando o negócio era ser feliz..”
Rani Ghazzaoui
Copiei, rsrsrsr
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