28 outubro 2010

Meus caminhos

Quando olhei pra você como quem pede socorro porque não entendia nada do que estava acontecendo, você simplesmente sorriu, virou as costas e saiu caminhando com seus passos irritantemente lentos e decididos, sem olhar uma única vez para trás.
Eu faria o mesmo se pudesse, mas fui na direção oposta e corri, corri, corri ... o coração acelerado querendo rasgar o peito, rosto vermelho e respiração ofegante.
Até que cansei.
O trem parou na hora errada e eu subi mesmo assim. É o que faço sempre.
Não sei escolher a via.
Não sei vasculhar o pior nas pessoas e acredito fácil em mentiras bobas.
Mas por outro lado, enxergo o que ninguém quer ver e vejo e sinto tudo antes de acontecer.
Nunca mais sentei embaixo daquelas árvores nem voltei naquele lugar.
Porque eu não posso e a culpa continua sendo somente sua.
E agora, redescubro minhas virtudes e questiono valores antigos. Como uma mudança de textura, algo conveniente.
Todas as vidas em uma só e todo o tempo que foi perdido, aflorando em idéias novas e sem sentido algum. Pensamentos reciclados na porção confusa do ser que habita em ruas estranhas.
É isto, sou um estranho.
Tão comum que passo incólume e despercebida na multidão. E o que eu faço com esta vontade de não fazer nada que não passa?
Não responda.
Não fale comigo se não me conhece, porque o mau humor aflora e me vingo de todos os silêncios contidos.
E se me conhecer um pouco, vai esquecer tudo e me deixar só com meus pensamentos!
É hora de apagar a luz e dormir ajuda a esquecer.
A cortina desceu faz tempo, mas isto já não é mais novidade.
Azar de quem fica sem entender.
Eu também não entendo.


Du

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