06 outubro 2011

Amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com os olhos que contem o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual à mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinícius de Moraes

Um comentário:

  1. Lindissimo esse soneto do Vinicius...
    Fala do amigo numa sutileza extraordinária e e nos faz pensar na amizade de uma forma mais pura e intriseca...
    Adorei.
    Abç Edson

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