22 setembro 2010

Gosto quando te calas

Gosto quando te calas porque estás como ausente, e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma, e te pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança: Deixa-me que me cale com o silêncio teu.
Deixa-me que te fale também com o teu silêncio claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada. Teu silêncio é de estrela, tão longinqüo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.Distante e dolorosa como se tivesses morrido. Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.

Pablo Neruda

Um comentário:

  1. Gostei de suas palavra, e é bom que acredite em seus sonhos, por que se vc não acreditar ninguém o fará por vc.

    O amor é algo que atinge a alma e transforma um Ser humano, em algo melhor.

    Foi um prazer, nunca deixe de acreditar, pois vc faz o possivel, mas Deus opera no impossivel!
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