Falamos em fazer amor, mas amor se faz?
Amor sufoca, amor desatina, amor é martelo, sino retinindo, marcação constante que não dá brecha para contra-ataque, carrapato chupando sangue da pele.
Amor-obsessão, amor torneira pingando: até quando, até quando, até quando?
Amar é amargo, e promessas amorosas são voláteis.
Amor maldito que invade pensamentos, amor que nos carcome paulatinamente, câncer faminto, "ácido de um sim negativo", vida que brota destruindo.
Mas amar não é negar o medo, a razão, o tempo?
Amar é afirmação nascida de negativas, e não amar é sofrer mais.
Você me falava no amor livre e descompromissado dos hippies, mas a liberdade não estava na prisão dos teus braços?
Bah, liberdade sem limites acaba em anarquia, niilismo estéril, suruba sem tesão.
Amor é como uma fotografia que fixa limites para superá-los.
Amor é renúncia a muitas coisas, mas também a maior transcendência que podemos almejar neste mundo.
Amar é tornar dois um: mãe com seu filho no ventre.
Amor é parto, é dor; e nascemos chorando.
Alexandre Inagaki
O gostinho mais gostoso do amor
ResponderExcluiré não tentar entende-lo, nunca fugir
e nem explica-lo, ele chega
vai entrando sem permissão, se faz
proprietário do tudo que sentimos e
BUM... é gostoso!
Ah, gostinho mais gostoso de sentir...