13 novembro 2008

Eu quero...

Quero ser um poema perdido no bolso de um casaco; Que reúna a sua importância e que assegure a você o meu desejo; Que assegure a você os sonhos.
Quero todas as possibilidades de você por escrito.
Quero lhe dar o seu reflexo; Quero seus olhos em mim;
Quero viajar e entrar na leveza com você. E quero que tudo antes de você nos acompanhe como uma trilha atrás de mim. Quero jamais lhe dizer adeus, nem mesmo na esquina ou no telefone
Eu quero tanto que me falte o ar.
Quero colocar minha força em um poema e queimar um furo no seu bolso para que eu possa costurá-lo depois.
Quero que minhas palavras gritem através de você. Que o poema não signifique tanto e quero me contradizer. Por acidente quero que você saiba o que eu quis dizer.
Quero que esteja distante e que eu o sinta próximo.
Quero dias sem fim. Quando for dia e que a noite nunca acabe .
Quando for noite, quero todas as estações em um dia. Quero que o sol se ponha e nasça na nossa frente.
Quero água até nossa cintura e andar tremulando pela chuva com sapatos furados.
Quero pensar seus pensamentos, pois são meus.
Quero só o que for urgente. Com você quero ficar na frente de barreiras.
Quero que você tenha a razão da palavra quando for preciso. Como já é.
E quero que você seja totalmente carinho como já é. Quero que tenhamos nos conhecido por um motivo. E que esse motivo seja importante
Quero que seja maior do que nós e que tome conta de nós. Eu quero esquecer e quero lembrar de nós. E quando você disser que me ama não quero achar.
E quero seus sorrisos sempre.E todos seus pesares também.
Quero sua cicatriz em meus lábios e suas decepções em meu coração.
Quero sua força em minha alma e quero sua alma em meus olhos.
Quero acreditar em tudo que você diz e acredito.
E quero que me diga o que é melhor. Quando eu não souber, quando se perder, quero encontrar-lhe quando certamente, se cansar .
Quero lhe dar campanários e pensamentos de catedral. E sonhos de coliseus. Quero arrastar-lhe das trevas e me ajoelhar com você e descansar nos campos e uma luz ofuscante brilhando em nós.


(Poema declamado no filme Chelsea Walls, pelos personagens de Rosario Dawson e Mark Webber...Tradução: Cynthia Soibelman)

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