26 setembro 2008

Liberdade

Para o meu coração basta o teu peito para a tua liberdade as minhas asas.
Da minha boca chegará até ao céu o que dormia sobre a minha alma.
És em ti a ilusão de cada dia.
Como o orvalho tu chegas às corolas.
Minas o horizonte com a tua ausência.
Eternamente em fuga como a onda.
Eu disse que no vento ias cantando como os pinheiros e como os mastros.
Como eles tu és alta e taciturna.
E ficas logo triste, como uma viagem.
Acolhedora como um velho caminho.
Povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
Eu acordei e às vezes emigram e fogem pássaros que dormia na tua alma.


Pablo neruda

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