15 março 2012

Eu existo longe de você

A música “Fico assim sem você”, foi regravada pela cantora Adriana Calcanhoto e tornou-se um grande sucesso. Antes havia explodido nas vozes da Claudinho e Buchecha. E tem como compositor o Cacá Moraes e o Abdulah .
De fato, a canção é bonitinha e, não me perguntem por que, lembrei-me dela há poucos dias.
Cantarolando pela casa, uma frase em especial me chamou a atenção: “eu não existo longe de você”. E é claro que, por se tratar de uma letra passional, nada mais natural que as frases “exalarem” um aroma romântico.
Já tratei deste tema aqui no blog na postagem “Você se morde de ciúme?”: na minha concepção, por mais lindo que isso possa parecer, não acho seguro entregar as rédeas da nossa história a uma pessoa.
Como assim “eu não vivo longe de você”?
Assumir essa dependência – seja do parceiro, dos filhos, dos pais, dos amigos, das pessoas do vínculo profissional – é assumir que a nossa existência precisa do outro para fazer sentido.
Eu preciso mesmo de muitas pessoas para ser a mulher feliz e realizada que sou; não vivo sozinha, nem pretendo viver. Preciso do meu marido, dos meus filhos, dos meus familiares, dos meus amigos, dos meus alunos, dos meus colegas de trabalho.
Entretanto, essas pessoas todas, mesmo sendo especiais, não são o “sol” e eu um “planeta” que gira ao redor delas. E nem tenho a pretensão de que ocorra o contrário.
Deus está no centro da minha vida. Ponto. Eu existo longe de qualquer um; só não existo longe Dele.
Talvez meu coração tenha se inquietado com essa frase porque, não faz muito tempo, vivi a experiência de “quebrar a cara” por ter depositado minha esperança em uma pessoa. Por um momento, envolvida em uma névoa de ilusão, acreditei que alguém tivesse o “poder” de ser o divisor de águas da minha vida.
E, quando fazemos isso, a decepção é praticamente certa.
Não defendo a tese de que devamos nos tornar céticos em nossos relacionamentos, sejam eles afetivos, familiares ou profissionais. Um caso específico não pode me fazer perder a esperança na raça humana.
De qualquer forma, aprendi – por causa dessa situação que citei e de outras tantas – que eu posso continuar escrevendo minha história, mesmo se alguns personagens não estiverem mais perto de mim.
No fim das contas, eu existo… mesmo longe de você.

Texto da minha amiga Lu Oliveira - Professora-Blogueira e Escritora.
A Lu escreve semanalmente para o DIARIO do Norte do Paraná.

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