Já reparou que muito do que somos , ou às vezes tudo, somos porque aprendemos a ser?
Aprendemos a ser o que somos com nossos pais, com a televisão, jornais, revistas e com todo um contexto sócio-cultural. Mas não aprendemos que podemos ser o que quisermos, ou que podemos criar nosso próprio ser de uma forma que seja só nossa, sem referências rotuladas religiosas, sociais, culturais, familiares ou de qualquer outra ordem.
A gente aprendeu a não aceitar que alguém tente ser de seu próprio jeito, porque todos precisam seguir a mesma fila sem direito algum de expressar-se com mínima originalidade.
Quando aparece alguém querendo inovar, todos se revoltam dizendo:"Quer ser diferente?"; ou..."Quer aparecer?"; e ainda..."Quem esse aí pensa que é para não fazer como todos, ou andar como todos, ou não seguir nossa moda?"
O fato é que num mundo pobre e pouquíssimo espiritualizado como o nosso, infelizmente é proibido ser você mesmo.
É proibido alguém vestir vermelho, só porque um outro alguém resolveu ditar que a moda agora é azul.
É proibido não sentir-se triste com a morte de alguém próximo, só porque todos dizem que a morte é algo triste.
Todos dizem que o primeiro amor a gente nunca esquece, mas quem disse que um segundo amor será esquecido?
Aprendemos a achar linda a timidez, mas nem nos damos conta de que ela é a maneira mais sutil de disfarçarmos nosso orgulho e nosso medo de que alguém possa apontar-nos um defeito. Aprendemos a não acreditar em amor sem ciúmes, sem nos dar conta de que ciúme é pura insegurança.
Então, aprendemos que seguir a alma e aceitar-se como se é e se quer, pode ser algo perigoso, simplesmente porque à nossa volta alguém pode resolver não gostar disso.
Por que é que não aceitamos o outro como ele é ou deseja ser?
Por que é que não damos o direito a alguém de ser quem quiser e como quiser, e de descobrir-se?Sabe por que? Porque não sabemos ser quem queremos.
Não temos essa coragem. Somos frustrados. Seguimos rótulos pré-formatados.
Trabalhamos sem prazer. Olhamos pra todos, menos pra nós mesmos por termos medo de encontrar em nós o defeito que apontamos no outro. Não conseguimos ser o que queremos por medo e por isso impedimos os outros de o fazerem.
Não obstante, os pais frustrados que não foram atrás de seus sonhos impelem os filhos a o fazerem.
Fazemos, muitas vezes, o que nossos pais querem que façamos e aprendemos a fazer de nossos filhos os mesmos fantoches que fomos. Pior, chamamos isso de educar. Seja você.
Faça de você e de sua vida uma verdade, ainda que mínima, pois será mais válida que máximas mentiras. Siga seu caminho sem olhar para os rastros de outros, pois podem ter ido direto à toca do leão.Siga seu coração.
Erre , mas aprenda. Aprenda, mas ensine. Ensine, mas com exemplo.
Viva intensamente o que seu coração pede. Mas dê esse direito ao outro.
Deixe seu cão, seus amigos, sua família ou qualquer um à sua volta serem, viverem, errarem, pois eles tem o mesmo direito que por sinal você até tem, mas pode não estar se dando: O direito de ser feliz!
Victor Chaves..
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