Naquela tarde, como chovia!
Me lembro de que a
chuva caia lá fora sem parar, e seu surdo rumor até parecia um
sussurro de quem chora ou uma cantiga de embalar...
Me lembro de que
tu chegaste inquieta, ansiosa, mas logo te aconchegaste em meus braços,
quietinha... (...enroladinha como uma gatinha...)
E eu quase não sabia
que fazer: se de encontro ao meu peito te deixava adormecer... se te
mantinha acordada, para seres minha...
Me lembro que chovia, chovia sem
parar...
E que a chuva caía a turvar as vidraças anoitecendo o quarto em
tons baços...
Me lembro de que te sentia aconchegada em meus
braços...
Me lembro de que chovia...
E de que era bom porque chovia, e
porque estavas alí, e porque eu te queria...
Sim, me lembro que tudo era
bom...
E que a chuva caía, caía, monótona, sem parar, naquele mesmo
tom...
Naquela tarde, amor, como chovia!
Agora, quando longe de
ti, nem sou mais eu em minha melancolia, não posso mais ouvir a chuva
cair que não fique a lembrar tudo que aconteceu naquele
dia...
Naquele dia enquanto chovia...
JG de Araujo Jorge
Lindo blog amigo, gosto muito de que postas... tenho um blog tbm que posto algumas poesias minhas e muitas de amigos...faça uma visita bjos...
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