31 agosto 2011

Adeus Lukas....

O querido amigo e jornalista Marcelo Bulgarelli, com que tive o prazer de trabalhar na CBN Maringá, escreveu um texto tocante sobre o falecimento do amigo Lukas. Aqui está na integra e já publicado tanmbém pelo Maringá Manchete, do amigo Agnaldo.
Sabia que o estado de saude de Lukas era muito grave, apesar de uma relativa melhora na semana retrasada . No sábado, estava eu e minha esposa Ana perto do antigo Aeroporto quando de estalo falei que tínhamos que ir até ao Hospital São Marcos. Já quase não era horário de visitas. Até estranhei o fato de me deixarem entrar sem cerimonias.

Não cheguei a visita-lo na UTI pois encontrei a esposa dele, Isa, no corredor. Ela conversava com um médico e ao me ver adiantou que a situação não era nada boa. O domingo seria estranho. No final da tarde, Isa nos comunica que o quadro era irreversível. Passei a segunda-feira com dificuldades em me concentrar no trabalho. Estava no estacionamento de um supermercado quando o celular tocou. Era o amigo Antonio Roberto de Paula. Contou que ele e a esposa, Simone Labegalini estavam visitando Isa quando um telefone a informou de que ela tinha que ir para o hospital.
Já dava para perceber que as noticias não eram boas. Mas ainda não caiu a ficha. Lukas não queria morrer. Eu sabia disso. Ele partiu “p” da vida com a situação. Tinha muita coisa para fazer. Ele não se entregaria.
No aniversário dele, cheguei a falar sobre uma viagem que faríamos quando ficássemos cinquentões. É que Lukas adorava os beatniks, prinicipalmente Jack Kerouac. Certa vez, ele escreveu: Esses caras souberam viver. Pena que morreram de forma triste. Então, alugaríamos um motorhome e percorreríamos a Rota 66. Como já não podia falar, ele sorriu concordando (a cirurgia contra o cancer na garganta havia retirado as cordas vocais) , acho que foi para me agradar.
Afinal, uma viagem dessas seria um tanto de vaidade para uma pessoa tão simples. Lukas era um intelectual nato, autodidata,que cursou alguns dias do curso de Letras da UEM, foi funcionário público e largou a carreira estável para viver de seus desenhos. E conseguiu. Chegou a devorar 150 livros em um ano. Sua biblioteca é bem selecionada.
Era católico apesar de suas intimas discussões com Deus. Queria entender a infelicidade do mundo. Apostava no governo Lula e da Dilma. Como conhecia bem as pessoas mais humildes, entendia que a vida havia melhorado de alguma forma. “Por favor, não me exijam coerência o tempo inteiro”, disse certa vez. Se divertia com o blog dele, Casa do Noca.
Alguns internautas o acusavam de ser um pequeno burgues disfarçado. E ele contra-atacou: Eu adoro boteco. Eu tomo cerveja, tubaina, sodinha... Eu amo boteco e seus frequentadores. Eu pago cigarro, pinga e cerveja para alguns. Pipoca, paçoquinha, pra garotada. Sempre com dinheiro, ganho com meu trabalho. Eu adoro os pedreiros, pintores, coletores de lixo, catadores de recicláveis, mulheres com suas criancinhas e suas carroças cheias de papelão, andarilhos. Eu cultuo essa gente. São meus. Dos meus dias de fome, dos meus dias de luta e meses de choro, à cada noite, quando deitava no colchão com a barriga vazia. Tempos de sofrimento, tempo de mandar tudo à merda e desistir. O pouquinho que tenho hoje eu reparto com esse pessoal aí. Eles são os meus escolhidos. Meus mentores, meus mestres, meus iguais. E não tenho vergonha nenhuma de amá-los.
Realmente, Lukas bebia desse universo e o dignificava em seus cartuns. E agora ele partiu pela Rota 66 antes da idade planejada. Assim não vale, meu velho. Assim não vale...

Ma\rcelo Bulgarelli
Velhas árvores
Olha estas velhas árvores, mais belas do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas, vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas e os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! Envelheçamos como as árvores fortes envelhecem:
Na glória da alegria e da bondade, agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!


Olavo Bilac

30 agosto 2011

É você

Sempre sonhei com você.
Era você!
Não sabia onde estava então... apenas te imaginava.
Pensei que fosse apenas sonho... um doce sonho.
E tanto te queria... mas me controlava
Você era apenas um sonho.
Não sabia que existia.
Mas não é sonho... é realidade!
Meu Deus é verdade!
Era você!
É você!
O sonho que eu sonhei !
A pessoa que imaginei e busquei em meus momentos solitários.
Não tenho mais duvidas, confesso... eu me apaixonei!
E esse amor não é imaginário...
É você!
Era você!
É você!
Ah!... como te quero do meu lado...

Rosane Marega

26 agosto 2011

Mantenha a porta aberta

”Se você abre uma porta, você pode ou não entrar em uma nova sala.
Você pode não entrar e ficar observando a vida.
Mas se você vence a dúvida, o temor, e entra, dá um grande passo: nesta sala vive-se!
Mas, também, tem um preço...
São inúmeras outras portas que você descobre.
Às vezes curte-se mil e uma.
O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta."

Içami Tiba

25 agosto 2011

Eu quero da vida o que ela tem de cru. Eu nunca fui bem- comportada.
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de bela. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho.
E pra seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória, e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa.
Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar…
Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
Eu tenho medo de altura, mas não êxito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou”

Maria de Queiroz

24 agosto 2011

O medo do Amor

Medo de amar?
Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos.
Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.
O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba.
Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável.
Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto.
Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático.
Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.
E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade.
Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim.
Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.

Martha Medeiros

23 agosto 2011

O cansaço da alma

As vezes há momentos em que só o silêncio é preciso ser dito!
O cansaço da alma;
a dor no coração;
o sofrimento da infidelidade, nada que possamos dizer ou ouvir tem o poder de aliviar o peso destes sentimentos,
então é hora de parar para ouvir o silêncio,
pois, em momentos assim, de noite escura,
o sofrimento nos impele a gritar as nossas dores,
e o nosso próprio grito sufoca a voz de Deus.


Não tenho a autoria

22 agosto 2011

Dilacerando felicidades de mentira

Quando fecho os olhos é você quem eu vejo; aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim.
Dilacerando felicidades de mentira, desconstruindo tudo o que planejei, abrindo todas as janelas para um mundo deserto.
É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos, ilumina o corredor por onde passo todos os dias.
É agora que quero dividir maçãs, achar o fim do arco-íris, pisar sobre estrelas e acordar serena.
É para já que preciso contar as descobertas, alisar seu peito, preparar uma massa, sentir seus cílios. “Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?”
Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar. Não negue, apareça. Seja forte. Porque é preciso coragem para se arriscar num futuro incerto.
Não posso esperar.
Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes.
Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem cobertas, sem sentido, sem passados. É preciso que você venha nesse exato momento.
Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates…
Apague minhas interrogações. Por que estamos tão perto e tão longe?
Quero acabar com as leis da física, dois corpos ocuparem o mesmo lugar!
Não nego. Tenho um grande medo de ser sozinho. Não sou pedaço. Mas não me basto.”


Caio Fernando Abreu.

19 agosto 2011

Em algum lugar do Passado

Um dia vai lembrar de mim, com toda certeza vai ser assim.
Vai estar cansado da vida já pensando em partir daqui e aí... vai lembrar de mim.
Mas vai ser horrível pra ti essa lembrança, ela virá cheia de remorsos.
E sem nenhuma esperança. Mais ainda assim irá lembrar de mim.
Só que eu terei ficado lá atrás, em algum lugar do teu passado.
Você vai perceber então como poderia ter sido bom.
Quanta coisa que desperdiçou, por falta de coragem de querer ser feliz.
Há de perceber como me fez sofrer, como foram tantas as nossas alegrias, e mesmo assim  não a via.
Há de existir um momento, em que, no fundo do seu pensamento, vai chamar por mim.
Você gritará meu nome e terá fome de me ver.
Vai chorar, vai lamentar, mas não terei mais como voltar.
Estarei trancado no seu passado... e não terá a chave pra me soltar.
Eu não terei como fugir e voltar.
Estaremos definitivamente separados.
Tristes, magoados, sofridos e cansados... mas vai lembrar de mim.

Silvana Duboc

18 agosto 2011

Ele não quer....e agora?!

Ao contrário do que diz a lenda, homens não estão sexualmente disponíveis todo o tempo.
As mulheres casadas sabem disso, as namoradas sabem disso, até as amantes, depois de algum tempo, descobrem que é assim.
Não estou falando da ansiedade do primeiro encontro, quando o sujeito, muitas vezes bêbado, acha que tem de improvisar uma performance que supere, ou pelo menos iguale, as incontáveis proezas sexuais que ele, desde os 14 anos, ouviu narradas por amigos e inimigos.
Não.
O objeto do meu interesse é a falta de desejo no interior da relação, quando o livro chegou à página 50 ou 100, quando as coisas estão tranquilas, e, subitamente, aquele sujeito que costumava jogar a mulher na parede e embasbacar-se com seu corpo nu parece mais propenso a jogar-se no sofá e abrir um livro– ou apertar, sem pressa, os botões do controle remoto.
Vocês sabem do que se trata.
Acho que toda relação tem esses períodos de castidade involuntária. Em alguns casos, a escassez de sexo será a marca do esgotamento e do fim. Em outras, apenas uma calmaria temporária que desperta, pelo período da sua duração, enorme inquietação em quem está a bordo.
São esses intervalos de abstinência involuntária que me interessam.
Eles são chatos para todo mundo, mas especialmente para os homens. Nessas ocasiões, as mulheres reagem como se os parceiros estivessem, propositalmente, recusando algo a que elas têm direito. A ausência de sexo seria uma espécie de crueldade masculina, uma punição ostensiva ou inconsciente e, talvez pior, um tipo de negligência e abandono.
Esses sentimentos femininos são extremamente dolorosos, mas, provavelmente, infundados. Eles se baseiam na percepção de que os homens funcionam sexualmente como as mulheres – o que, absolutamente, não é verdade.
As mulheres podem transar sem sentir desejo. São fisicamente capazes de tomar parte em uma transa mesmo sem estarem excitadas. É uma possibilidade anatômica que elas exercem quando acham necessário – por carinho, por pena, por ambição, por medo ou, simplesmente, para poder dormir em paz.
Por isso, eu acho, elas se abatem tanto quando os homens negam sexo. É como se eles estivessem recusando um gesto de carinho solidário que toda mulher ou namorada afetuosa é capaz de oferecer. Eu já ouvi mulheres reclamando: “Ele nem tenta! Será que ele acha que toda vez que a gente transou eu estava louca de vontade?”
Esse tipo de generosidade faz todo sentido entre pessoas que se gostam, mas ela é fundamentalmente estranha ao universo masculino - pela simples razão de que ereções não se produzem por pena, carinho ou necessidade econômica, embora cada uma dessas coisas, no contexto adequado, possa contribuir.
Homens são incapazes de doar – ou vender - sexo porque, literalmente, o sexo não pertence a eles da mesma forma como pertence às mulheres. Não existe para os homens a possibilidade de uma relação sexual completa sem que eles sintam desejo pela parceira. Mesmo as drogas contra impotência só funcionam nessa condição. Elas potencializam o desejo, não o substituem.
O que se faz, então, quando se entra num período desses de calmaria e falta de sexo?
A primeira providência, eu acho, é não hostilizar o parceiro.
Lembre-se: ele não pode resolver o seu problema da mesma forma como você resolveria o dele se a situação fosse inversa. É uma impossibilidade.
Outra dica que já me serviu: ponha-se bonita, de preferência provocante, e saia com ele por aí. Numa calmaria dessas, marquei com a namorada de encontrar amigos num restaurante. Ela chegou linda, com as pernas de fora, e me deixou todo orgulhoso. Enquanto almoçávamos, percebi que, na mesa ao lado, havia três garotas lésbicas que não tiravam os olhos dela. Estavam fascinadas com a minha namorada e, de alguma forma, o desejo delas acendeu o meu. A calmaria doméstica se encerrou naquela mesma noite, em grande estilo.
A última coisa prática que eu tenho a dizer sobre isso: desligue a TV ou, dependendo do namorado, tire do ar as redes sociais. Eu fico hipnotizado diante de qualquer filme. Sei que há caras por aí que não conseguem mais desgrudar do Facebook. Você não pode exigir que o seu homem esteja em riste, mas pode lembrar a ele que aparatos viciantes não ajudam. Se ele, sistematicamente, se recusar a desligar a TV ou largar do Twitter, mesmo diante de uma crise, estará sinalizando uma escolha – que pode não ser por você.
Mas, francamente, acho que essas crises são mais emocionais do que práticas.
Em geral, por trás da inapetência do sujeito estão acontecimentos no trabalho, frustrações íntimas, tensões que estão se montando dentro dele sem que você (ou ele mesmo) perceba.
O tempo e uma atmosfera relaxada costumam ajudar a dissipar essas nuvens.
Às vezes, acho que períodos assim, embora não sejam legais, podem ser úteis. Eles forçam os casais a uma relação mais carinhosa, mais terna, que, frequentemente, fica de lado em benefício da sensualidade.
Na falta de sexo, os homens tendem a se desdobrar em outros tipos de demonstração de afeto. Eu já me peguei mais meigo e atencioso nesses períodos. É uma forma de compensar que tem virtudes e seus benefícios.
Se nada disso parecer uma solução ou um consolo (ups!), lembre do mantra: não somos perfeitos, nem em sexo nem em nada.
Gostar significa, necessariamente, aturar imperfeições. Às vezes é falta eventual de sexo, às vezes é coisa pior. Em geral, tudo se resolve. Quando não, há sempre o mundo, vasto mundo, a nos oferecer novas rimas e soluções.

Ivan Martins - Editor-executivo da Revista ÉPOCA

17 agosto 2011

Conto de Fadas

Passamos boa parte de nossas vidas procurando ou esperando um par.
Aquela mulher ou homem que vai te completar, casar, ter filhos e viver feliz pra sempre (coisa bem conto de fadas).
Isso é muito normal, já que ninguém nasceu para viver sozinho.
Essa busca só se torna um problema a partir do momento em que começamos a procurar alguém perfeito (a), que seja a tampa da panela.
Algumas pessoas idealizam tanto, que o homem ou mulher ideal acaba ficando somente na imaginação de quem assiste muitas novelas e filmes.
Tem gente que traça até um perfil do par perfeito (isso não é o nome de um site??) e sai pelas ruas querendo encontrar alguém que preencha os pré-requisitos criados.
O difícil é encontrar alguem que se encaixe perfeitamente nos padrões desses sonhadores.
A pessoa ideal não existe.
Quem tem muita sorte e maturidade acaba encontrando sim alguém que, juntos, formem uma parceria bacana.
Um alguém com defeitos, que tenha pontos fracos, pontos fortes e consiga trazer equilíbrio e te fazer alguém melhor.
Não precisa ser a metade da sua laranja, nem parecer com o galã ou a mocinha das novelas e filmes.
A pessoa ideal é que aquela que mesmo com os defeitos, consegue fazer a vida valer mais a pena, ajudando a transformar em realidade a felicidade que tanto procuramos.
Você já encontrou ou ainda continua buscando?
O problema muitas vezes é que na busca, o principe ou princesa, deixa o tempo passar, e então não mais somos a princesa ou o principe de outrora, e quando acreditamos ter encontrado...o tempo passou e você pode não ser o principe esperado por ela!!!!

15 agosto 2011

Os Anos são Degraus

Os anos são degraus, a Vida a escada.
Longa ou curta, só Deus pode medi-la.
E a Porta, a grande Porta desejada, só Deus pode fechá-la, pode abri-la.
São vários os degraus; alguns sombrios, outros ao sol, na plena luz dos astros, com asas de anjos, harpas celestiais.
Alguns, quilhas e mastros nas mãos dos vendavais.
Mas tudo são degraus; tudo é fugir à humana condição.
Degrau após degrau, tudo é lenta ascensão.
Senhor, como é possível a descrença, imaginar, sequer, que ao fim da Estrada, se encontre após esta ansiedade imensa uma porta fechada e mais nada?

Fernanda de Castro, in “Asa do Espaço”

12 agosto 2011

Passagio Segreto -Passagem secreta

Parole d'amore e di preghiera,
Palavras de amor e de prece
come inutili monete fuori corso,
como inúteis moedas fora de circulação
giacciono nel giardino sfiorito
jazem no jardim sem viço
dove le abbiamo abbandonate.
onde as abandonamos
Ma quel luogo dimenticato, aperto al vento;
Mas aquele lugar inexplicado, aberto ao vento
quel luogo inspiegato
imprevisível, inesperada
e il momento che sussiste inalterato
e o instante que permanece inalterado,
al di là di macerie di memorie,
para além de memórias em ruínas,
dischiusero per noi, smarriti eredi
descerraram para nós, desolados herdeiros
del quotidiano, un passaggio segreto,
do cotidiano, uma passagem secreta
imprevedibile, insperato.
imprevisível, inesperado.

Bruna dell'Agnese
In’ Vuoto in Giardino’ -Spinea-Venezia, 1993

11 agosto 2011

Um leão por dia

Outro dia, tive o privilégio de fazer algo que adoro: fui almoçar com um amigo, hoje chegando perto dos seus 70 anos.
Gosto disso.

São raras as chances que temos de escutar suas histórias e absorver um pouco de sabedoria das pessoas que já passaram por grandes experiências nesta vida.
Depois de um almoço longo, no qual falamos bem pouco de negócios, mas muito sobre meus negócios.
Contei um pouco do que estava fazendo e, meio sem querer, disse a ele:

- Pois é. Empresário, hoje, tem que matar um leão por dia.
E ele me disse:
- Você deveria mesmo era cuidar dele...e não matá-lo.
Fiquei surpreso com a resposta e ele provavelmente notou minha surpresa, pois me disse:
- Deixe-me contar uma história que quero compartilhar com você.
- Existe um ditado popular antigo que diz que temos que "matar um leão por dia".Por muitos anos eu acreditei nisso, e acordava todos os dias querendo encontrar o tal leão.
A vida foi passando e muitas vezes me vi repetindo essa frase.
Quando cheguei aos 50 anos, meus negócios já tinham crescido e precisava trabalhar um pouco menos, mas sempre me lembrava do tal leão. Afinal, quem não se preocupa quando, tem que matar um deles por dia?
Pois bem. Cheguei aos meus 60 anos e decidi que era hora de meus filhos começarem a tocar a firma. Mas qual não foi minha surpresa ao ver que nenhum dos três estava preparado!
A cada desafio que enfrentavam, parecia que iam desmoronar emocionalmente.

Para minha tristeza tive de voltar à frente dos negócios, até conseguir encontrar alguém, que hoje é nosso diretor-geral.
Este "fracasso" me fez pensar muito.
O que fiz de errado no meu plano de sucessão?
Hoje, do alto dos meus quase 70 anos, eu tenho uma suspeita: a culpa foi do leão.Novamente, eu fiz cara de surpreso.
O que o leão tinha a ver com a história?Ele, olhando para o horizonte, como que tentando buscar um passado distante, me disse:

- É. Pode ser que a culpa não seja cem por cento do leão, mas fica mais fácil justificar dessa forma. Porque, desde quando meus filhos eram pequenos, dei tudo para eles.
Uma educação excelente, oportunidades de morar no exterior, estágio em empresas de amigos.
Mas, ao dar tudo a eles, esqueci de dar um leão para cada, que era o mais importante.
Meu jovem, aprendi que somos o resultado de nossos desafios.
Com grandes desafios, nos tornamos grandes. Com pequenos desafios, nos tornamos pequenos.Aprendi que, quanto mais bravo o leão, mais gratos temos que ser.
Por isso, aprendi a não só respeitar o leão, mas a admirá-lo e a gostar dele.
A metáfora é importante, mas errônea: não devemos matar um leão por dia, mas sim cuidar do nosso.Porque o dia em que o leão, em nossas vidas morre, começamos a morrer junto com ele.
Depois daquele dia, decidi aprender a amar o meu leão.
E o que eram desafios se tornaram oportunidades para crescer, ser mais forte, e "me virar" nesta selva em que vivemos.
Portanto, não matem um leão por dia, mas sim aprenda a amar o seu.
A capacidade de luta que há em você, precisa de adversidades para revelar-se.


Pierre Schermann

10 agosto 2011

O sonho....

Quantas vezes, em sonho, as asas da saudade
Solto para onde estás, e fico de ti perto!
Como, depois do sonho, é triste a realidade!
Como tudo, sem ti, fica depois deserto!
Sonho... Minha alma voa.
O ar gorjeia e soluça.
Noite...
A amplidão se estende, iluminada e calma:
De cada estrela de ouro um anjo se debruça,
E abre o olhar espantado, ao ver passar minha alma.
Há por tudo a alegria e o rumor de um noivado.
Em torno a cada ninho anda bailando uma asa.
E, como sobre um leito um alvo cortinado,
Alva, a luz do luar cai sobre a tua casa.
Porém, subitamente, um relâmpago corta
Todo o espaço...
O rumor de um salmo se levanta
E, sorrindo, serena, apareces à porta,
Como numa moldura a imagem de uma Santa...

Olavo Bilac

08 agosto 2011

De todas as coisas...

De todas as coisas que eu tive, as que mais me valeram, 
as que mais sinto falta, 
são as coisas que não se pode tocar,
são as coisas que não estão ao alcance das nossas mãos,
são as coisas que não fazem parte do mundo da matéria.

A.D.

Poses e Sorrisos.

"E te imagino em poses e sorrisos,voz grave e cabelos desgrenhados, preso nas minhas fantasias mais loucas e movimentadas"

Caio Fernando Abreu


Eu sou sua menina, viu?

...O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa, ai
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz...

Chico Buarque

05 agosto 2011

Falar de Amor...

Não quero falar do inverno, de solidão, de saudade.
Quero falar de aconchego, carinho, de ternura.
Quero falar de seu sorriso, dos seus olhos castanhos, da sua companhia.
Pois eu gosto de acordar com o seu beijo, de dizer-me "eu te amo", assim, de maneira simples, descomplicada e sincera.
Gosto das coisas simples: de um sorriso de criança, de um rio de águas claras, de flores, campos e praças.
E gosto do meu amor. Gosto da sua companhia, na noite quente ou fria, na tarde de chuva ou de sol. Também gosto de poesia, seja com rima ou sem ela.
Mas gosto mesmo é dela, meu poema mais bonito...
Gosto de natureza, simplicidade, pureza, da flor, de terra, mar e de sol.
E gosto mesmo é dela. De segurar sua mão, de sussurrar no seu ouvido, de misturar nossos eus. Gosto do sol na pele, mas gosto mais da luz dos seus olhos castanhos a aquecer minha alma.Gosto de sonhar, viajar, a bordo do seu sorriso. Ele me embala, me enleva; me leva de encontro ao seu coração.
Se embarco numa saudade, numa lágrima, numa dor, que falta eu sinto dela: me perco pelo caminho, à procura da passagem, que é a janela do sorriso, o sorriso da chegada.
Aqueles olhos castanhos, brilhantes pedaços de sol, entraram pelos meus e nunca mais saíram...
Aqueles olhos castanhos - meigos, brejeiros, malandros, sinceros – são as luzinhas acesas na janela do seu rosto, convite irresistível que me atrai para o aconchego carinhoso do seu/nosso coração.
E eu me sinto em casa, com todo amor que há lá dentro. Só saio pra ver de novo aquelas luzes castanhas convidando-me a entrar.
O meu poema é ela, inspiração, emoção, a rima do corpo-a-corpo, pele-a-pele, boca-a-boca, o ritmo em sincronia de corações como um só... A métrica da ternura.
E eu me refaço em nós. Sou eu, completo, por inteiro, sou nós, sou ser.
Ela é parte de mim, indivisível, é coração que pulsa no meu peito, é luz a brilhar no meu olhar, é música a tocar nossa canção, é ternura de mãos entrelaçadas, é carinho ao tocar de peles.
É ela que invade meu coração, infiltra-se no meu sangue e aguça os meus sentidos...
Que me afaga, me afoga, nessa fuga desenfreada do mundo fora de nós.
Pra que traduzir em palavras o que o coração bate forte e os olhos dizem tão bem?
Não é preciso palavras quando estamos só nós, como um só, mais ninguém.
É deixar o coração comandar nossos sentidos, deixar falar nossa pele, nossos olhos, nossos corpos.
Há discurso mais bonito?

Luiz Carlos Amorim

04 agosto 2011

Ah, seu eu pudesse...!!!

Ah, seu eu pudesse...!!!
Recomeçaria sem pressa, sem culpas, com mais coragem, mais espontânea, optando em ser feliz, mais do que fiz.
Colocaria mais poesia, em minha manhãs, e ousaria desafiar o mundo, amando mais a liberdade.
Tiraria das minhas perdas, a sabedoria do viver com elas, da minha passagem transitória,
faria meu caminhar sem fardos, sorvendo até a última gota, os desertos de mim.
Deixaria em cada estação, paisagens submersas, nas chuvas de verão, com o odor da primavera.
E faria da minha hora, a chegada do sol nas rubras manhãs, não deixando vestígios, do que foram exílios dentro de mim.

Conceição Bentes

03 agosto 2011

O que eu não quero

Não quero alguém que morra de amor por mim, só preciso de alguém que vive por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim nem que eu faça a falta que elas me fazem.
O importante para mim é saber que eu, em algum momento fui insubstituível.
E que esse momento será inesquecível.

Só quero que meu sentimento seja valorizado, quero sempre poder ter um sorriso estampado em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre.
E que esse sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém.

E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho.
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe.
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz, quero poder acreditar que mesmo que hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas.
Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiná-lo de verde e entendê-lo como um "sim".

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros.
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer as pessoas que nada foi em vão que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim, valeu a pena.


Mário Quintana

02 agosto 2011

Tem calma

Tem calma contigo mesmo e olha onde vais,
Espera um minuto, pensa no que farás
No meio da tormenta é duro de navegar,
E outra má decisão te pode caro custar.
Nem todo mal momento te faz fracassar,
Se alguém não te aceita só te fará pensar.
Que a vida está cheia de coisas a enfrentar,
Ainda assim há beleza é preciso andar
Segue adiante, sem olhar atrás,
Vive cada dia e nada mais.
E o que vier tu vencerás
Só Tu tens a chave, abres ou fecharás
Tem calma tua vida é um jogo de verdade
E aos outros não culpe por tua mediocridade
Se alguém tem falhado é bom sempre lembrar
Que também tu tens falhas basta de chorar.
Tu és precioso, acredite ou não,
Mas o amor que é amor sempre causará dor.
E como ouro, pelo fogo vais que passar
Purificar-lo todo e o melhor de ti forjar
Ainda que chores, tu vencerás
Só aquele que perde sabe também ganhar.
Mas tem calma...


01 agosto 2011

O que você diz…

A verdade é que o que dizemos não tem tanta importância.
Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida.
Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam.
O que você diz – com todo o respeito – é apenas o que você diz.

Martha Medeiros